Ciência
05/06/2018 às 10:34•3 min de leitura
"E se você dormisse
E se, no sonho, você sonhasse
E se, no seu sonho, você fosse para o céu
E lá colhesse uma flor bonita e estranha
E se, quando você acordasse
Você tivesse a flor na sua mão?
Ah, e aí?"
Esse poema de Samuel Taylor Coleridge, escrito no século XVIII, fala sobre sonhos que extrapolam o sono e se tornam concretos. E se, na vida real, algumas pessoas pudessem fazer isso também?
Foi o que aconteceu com as dez histórias que você confere a seguir! Esses plots de livros, filmes e séries foram baseados nas aventuras na terra de Morfeu de alguns criativos escritores. As premissas eram tão boas que eles colocaram as ideias no papel. Confira!
Indicado ao Oscar em cinco categorias, “A Escolha de Sofia” foi o filme que rendeu a segunda estatueta a Meryl Streep.
Na trama, criada por William Styron, um aspirante a escritor se muda para uma nova casa, onde divide o espaço com um casal bastante excêntrico, em um relacionamento incomum que acaba sendo marcado por momentos de violência.
Sofia foi inspirada em uma namorada do autor, e ele incluiu na história um delírio que teve quando estava pegando no sono, envolvendo a personagem e o Holocausto.
Se existe um enredo que só pode ter nascido de alguém na fase REM — ou sob o efeito de drogas pesadas —, é o de "A Origem", filme de Christopher Nolan protagonizado por Leonardo DiCaprio.
Acontece que essa história de dormir, sonhar, acordar, voltar ao sono e continuar de onde parou é algo que fascina o diretor já faz um tempo. Quando tinha 16 anos, ele teve um sonho que inspirou o trabalho.
A trama ficou décadas marinando na cabeça malucona do cineasta, até que ele realmente fez o tal longa sobre um ladrão que conseguia roubar segredos e pensamentos de um indivíduo enquanto este está dormindo.
Vampiros que brilham no escuro não são muito coerentes, mas a escritora Stephenie Meyer achou uma boa ideia — e as milhões de pessoas que viram os filmes e/ou leram os livros também! Na noite em que sonhou com isso, ela viu dois indivíduos envolvidos em uma luz resplandecente, emitida por um deles.
As mães sempre dizem que contar histórias de terror ou ver filmes desse gênero à noite faz a pessoa ir dormir impressionada e, com isso, sonhar da mesma forma. “Frankenstein” é resultado de uma dessas noitadas.
Sua autora, Mary Shelley, foi desafiada pelo poeta Lord Byron a criar uma narrativa de terror e compartilhá-la com os outros convidados em uma festa fantasmagórica na mansão do escritor. Acordada, ela não teve a ideia, mas, assim que caiu no sono, jura ter enxergado a criatura com detalhes.
Tem que viver com um bom tanto de insanidade na veia para criar as coisas piradas que o Stephen King inventa. Então, é natural que uma ou outra tenha nascido da fantasia sonolenta do escritor. Um desses livros foi “Misery — Louca Obsessão”.
Na história, um autor famoso sofre um acidente de carro e é resgatado por uma mulher que, por coincidência, é sua fã número um. Acontece que ela na verdade não quer bem ajudar o ídolo, mas sim fazer com que ele passe por poucas e boas e termine morto.
O romancista sonhou com esse script durante uma viagem de avião rumo à Inglaterra e já aproveitou para escrever a ideia, transformando-a em um livro em 1987 e em um filme em 1990.
Por falar no Stephen King, outra história sua que veio de um sonho foi “O Apanhador de Sonhos”, uma das mais celebradas do mestre do terror. Quatro amigos se reúnem anualmente para um encontro de caça, quando um estranho aparece e diz ter visto estranhas luzes no ar. Como em boa parte das tramas do autor, os protagonistas precisam lidar com uma criatura que não se sabe de que canto do Universo apareceu.
A ideia para o filme foi do próprio James Cameron, que o roteirizou e dirigiu. Em Roma, gravando “Piranha 2”, ele pegou uma gripe das brabas e começou a ter pesadelos. Em um desses, uma explosão fazia aparecer uma pessoa com o torso cromado, que se arrastava em sua direção atirando facas de cozinha para todo lado.
Robert Louis Stevenson é o nome do autor dessa obra. Diz-se que ele era fascinado com múltiplas personalidades e pesquisava tanto sobre isso que um dia chegou a sonhar com o assunto. Foi assim que nasceu o livro, que conta a história de um homem que tem dupla personalidade: o Dr. Jekyll, um médico do bem, e o Sr. Hyde, uma pessoa terrível.
Você sabia que Stuart Little nasceu nos anos 40? Pois é! O livro foi lançado em 1945, mais de 25 anos depois da noite em que E. B. White sonhou com um menino cujos hábitos eram muito, muito similares aos de um ratinho.
Jason Mott é o nome do criador do enredo que deu origem à série "The Returned". Em 2010, ele sonhou que chegava em casa do trabalho e sua mãe o esperava sentada na mesa da cozinha, muito embora na vida real ela já fosse falecida. Foi uma experiência tão vívida que ele começou a pensar em como seria se isso acontecesse de verdade.
Foi daí que surgiu a história de um casal que certo dia abre a porta de casa para um oficial de Justiça trazendo seu filho, um menino de 8 que havia falecido 5 anos atrás.