Ciência
27/06/2018 às 13:30•2 min de leitura
Você se recorda do caso que ficou conhecido como “a pior restauração de todos os tempos”? Tudo aconteceu há alguns anos, quando uma senhorinha espanhola chamada Cecilia Gimenez resolveu se voluntariar para restaurar um afresco do século 19 conhecido como “Ecce Homo”, que se encontra no santuário de Nossa Senhora da Misericórdia de Borja, na cidade de Zaragoza, na Espanha, e virou celebridade pelo trabalho tosco que realizou. Veja:
(Meta Filter)
E não é que uma conterrânea de Cecilia, uma professora de artesanato, também virou manchete por conseguir fazer um belo de um estrago em uma estátua do começo do século 16? Desta vez a “artista” não teve a identidade revelada — ainda —, mas, de acordo com Sam Jones, do portal de notícias The Guardian, a peça “restaurada” consiste na estátua de São Jorge de Estella talhada em madeira.
Segundo Sam, a peça se encontra há pelo menos 500 anos na Igreja de São Miguel, em Estella-Lizarra, Navarra, e, depois de tanto tempo em exposição, é normal que a estátua precisasse de reparos. Então, um dos padres da igreja que guarda a obra decidiu contratar os serviços da professora de artesanato que, por sua vez, fez isto:
(BBC/ArtUs Restauración Património)
O normal — e mandatório, para falar a verdade — é que peças tão antigas como essa sejam reparadas por profissionais com conhecimento e experiência na restauração de obras antigas, certo? No entanto, segundo as autoridades de Estella-Lizarra, o padre não consultou ninguém da prefeitura ou do governo local e contratou a professora de artesanato por conta própria e deu no que deu.
(The Guardian/ArtUs Restauración Património)
De acordo com Mónica Arrizabalaga, do portal ABC Cultura, uma especialista em restauração que avaliou o “trabalho” da professora contou que a mulher simplesmente lixou a estátua, tascou três camadas de reboco sobre a madeira, aplicou tinta cinza sobre a armadura do santo e pintou seu rosto de rosinha — se bem que ela teve o cuidado de aplicar um pouquinho de “rouge” nas maçãs do rosto e até uma corzinha nos lábios de São Jorge, né?
O cavalo também não escapou das pinceladas da professora e o resultado final, bem... Não agradou muito, uma vez que as nuances e feições originais foram completamente destruídas. Originalmente, conforme explicou a especialista, os arreios — que foram pintados de vermelho — eram prateados e cobertos com folha de ouro. Confira como era o original:
(Facebook/Mikel Zuza)
E como é que se sabe qual foi o processo de “restauração” seguido pela professora? A mulher é professora de uma escola de artesanato local chamada Karmacolor Estella — e um vídeo contendo um passo a passo do trabalho chegou a ser postado na página da instituição no Facebook. Não adianta procurar, pois depois do fiasco, o perfil foi desativado. Um verdadeiro estrago, né? Mas, em sua opinião, bate a proeza de Cecilia?
***
Você conhece a newsletter do Mega Curioso? Semanalmente, produzimos um conteúdo exclusivo para os amantes das maiores curiosidades e bizarrices deste mundão afora! Cadastre seu email e não perca mais essa forma de mantermos contato!