Ciência
06/11/2019 às 06:00•2 min de leitura
Uma peruca não é exatamente artigo de primeira ordem no guarda-roupa atual, embora existam pessoas que a utilizem. Mas no século XVIII a peruca era sinônimo de beleza, cuidado e... outras coisinhas mais.
A nobreza da Europa do século XVIII tinha como característica marcante o uso de perucas, que era símbolo de riqueza, poder e imponência, mas, além disso, a peruca tinha outras funções, umas mais previsíveis, outras nem tanto.
A moda da peruca começou na França, com Luís XIV, que se viu “obrigado” a adotar o uso para suprimir um problema que o acompanhava desde a adolescência: calvície. Por ser um item muito caro e “lançado” pelo Rei Sol, a peruca se tornou rapidamente símbolo de status de prestígio, além de servir como característica para diferenciar as classes sociais.
As mulheres não tinham muita escolha – como em tudo naquela época. Elas tinham que usar a peruca até a hora da morte e, algumas, até ordenavam que se morressem antes do marido, deveriam ser expostas no caixão com a peruca. Além disso, havia ainda o hábito de espalhar talco ou farinha de trigo nas perucas para deixa-las mais parecidas com o cabelo de idosos.
O motivo mais inusitado e pouco conhecido, no entanto, era a sífilis. Isso mesmo. Desde o século XVI, a doença se espalhou pela Europa e entre os sintomas mais leves estavam a perda irregular de cabelo e feridas espalhadas pelo corpo. A solução encontrada pelos nobres para não ficarem expostos à vergonha? Peruca. Os cabelos falsos eram capazes de amenizar e disfarçar os sintomas iniciais da doença.
A moda dos nobres caiu em desuso com a Revolução Francesa, que fez cabeças de aristocratas – e suas perucas – rolarem com a guilhotina.