Artes/cultura
22/11/2019 às 06:09•2 min de leitura
Maxwell Smart tinha apenas 9 anos quando a Segunda Guerra Mundial iniciou, em 1939. Ele e sua família vivam na cidade de Buczacz, que na época era parte da Polônia. Em 1941, os nazistas dominaram o local e o pai de Maxwell foi morto. Depois disso, em 1943, ele, sua mãe e sua irmã estavam prestes a serem levados do gueto onde estavam presos quando, por insistência de sua mãe, o menino de apenas 13 anos fugiu.
Para sobreviver, ele montou um esconderijo na mata onde cavou um abrigo na terra para se esconder das tropas alemãs e ucranianas que procuravam judeus. Depois de passar meses sozinho, Maxwell encontrou Janek, outro menino que tentava sobreviver na floresta, e os dois se tornaram companheiros de sobrevivência.
Um dia, após ouvirem disparos, os meninos encontraram os corpos de sete judeus, porém, do outro lado de um rio alguém ainda estava se mexendo. Então, eles atravessaram as águas congelantes para tentar ajudar. Quando chegaram ao local, encontraram uma mulher que estava morta, mas junto dela havia um bebê que não havia sofrido nenhum arranhão.
Eles levaram a bebê para o acampamento, mas sabiam que ela era um perigo à sobrevivência dos três. Então, Smart saiu em busca de alguém que pudesse acolhê-la. Na floresta, ele encontrou uma mulher que reconheceu a menina como sua sobrinha e a levou consigo.
Infelizmente, depois de atravessar o rio congelante, a saúde de Janek, que já estava debilitada pela desnutrição, piorou e ele faleceu. Quando Smart chegou ao acampamento, encontrou o amigo morto. Em entrevista à BBC, o sobrevivente do Holocausto disse que até hoje não conseguia aceitar a morte do companheiro de esconderijo: “Aquela foi a maior perda da minha vida. Aquele menino era uma ajuda tão grande para sobreviver à guerra. Minha mãe se foi, minha irmã se foi, meu pai se foi. De alguma forma eu aceitei isso. Eu ainda não consigo aceitar a morte de Janek”.
Ele disse ainda que se sentia culpado pela morte do amigo, pois havia convencido Janek a atravessar o rio gelado para salvar o bebê sem nem mesmo saber se a criança havia sobrevivido.
Até este ano, Smart não sabia qual tinha sido o destino da bebê que ele e o amigo salvaram. Mas a documentarista Rebecca Snow resolveu contar a história de Maxwell e outros dois sobreviventes do Holocausto em um documentário chamado Cheating Hitler (Enganando Hitler, na tradução) exibido pelo History Channel do Canadá.
Então, graças à produção do filme, Maxwell reencontrou a menina que ele e Janek salvaram. Ela se chama Tova Barkai e vive hoje na cidade de Haifa, em Israel. Assim, finalmente Smart se sentiu menos culpado pela morte do amigo, já que a bebê que eles salvaram do Holocausto sobreviveu e pôde constituir uma família.