Ciência
26/11/2019 às 13:00•2 min de leitura
Após encontrarem um lobo e uma onça vestida de guerreira enterrados junto a algumas peças de ouro, os arqueólogos que escavam o perímetro do Templo Maior da antiga Tenochtitlán, no México, agora encontraram mais uma novidade: duas aves de rapina. Primeiramente identificadas como falcões, as aves foram descobertas neste mês de novembro junto de anéis, colares e outras insígnias todas feitas de ouro.
Na cultura asteca, os animais eram usados como oferenda para o deus da guerra Huitzilopochtli. Os arqueólogos consideram a nova descoberta como um grande passo para alcançar o objetivo final: encontrar os restos mortais dos antigos imperadores mexicanos. As três últimas descobertas dos pesquisadores estavam no mesmo local, no centro de um edifício adjacente ao Templo Maior conhecido como Cuauhxicalco.
A oferenda de animais vestidos com peças de ouro é considerada rara entre os arqueólogos. Entre os mais de 200 animais estudados em 40 anos de escavação, apenas 28 foram enterrados com ornamentos de ouro: 12 águias reais, sete lobos, sete pumas e duas onças. As novidades descobertas pelo time do projeto Templo Maior, ajuda a compreender o poderio do império asteca na época, visto que muitos dos animais e objetos eram importados para o território mexicano.
Apesar da empolgação com as novas descobertas, os processos arqueológicos exigem muita calma. A análise de cada peça exige um período longo dentro de laboratórios, como é o caso das aves encontradas neste ano. Encontrados em janeiro e identificados em novembro, os estudos sobre os dois falcões não deve se encerrar antes do começo de 2020. A responsável pelas escavações, Alejandra Aguirre, afirma que até chegar aos animais a equipe precisa romper as barras de copal, corais, conchas e outros fragmentos marítimos com muita precisão e delicadeza até alcançar as duas aves.
Dessa forma, aos poucos, a equipe acredita poder encontrar os restos mortais de Ahuítzotl, Axayácatl ou Tízoc, antigos imperadores astecas e que podem estar enterrados nas profundezas de Cuauhxicalco. Essa é uma pesquisa fundamental para que, no futuro, os livros de história possam compreender mais sobre o passado do Império Mexicano, que um dia dominou a América Central.