Estilo de vida
24/12/2019 às 03:00•1 min de leitura
Na maioria das nações ocidentais, o Natal é celebrado em família; o espírito de solidariedade predomina e as demonstrações de afeto tornam-se mais vívidas. A tradição natalina em Chumbivilcas, província dos Andes, no Peru, é outra: socos, chutes e muita violência!
Na manhã do dia 25 de dezembro, os moradores locais dão início às festividades do Takanakuy — festival de origem indígena que tem muito a ver com honra e reputação. Homens e mulheres se reúnem em uma arena para o grande acerto de contas a fim de iniciar o novo ano em paz.
Durante o evento, regado com músicas e danças, vários conflitos são resolvidos: rixas pessoais, brigas por causa de mulher, conflitos territoriais ou pura euforia (alguns estão muitos bêbados). Ao final do combate, os adversários se abraçam e a paz é selada.
Os trajes também fazem parte da tradição e são repletos de simbolismo. Alguns lutadores cobrem seus rostos com máscaras de esqui coloridas, enquanto outros amarram um pássaro morto em suas cabeças para assustar os adversários.
No Takanakuy, o estilo de luta assemelha-se com as artes marciais. Os homens, geralmente, abusam dos socos; já as mulheres preferem o bom e velho chute. Entretanto, por incrível que pareça, poucas lesões são relatadas.
Durante o tradicional festival há algumas regras: o combate tem duração de aproximadamente 3 minutos, golpes pelas costas são proibidos e um adversário não pode atingir outro enquanto estiver no chão. Ah, também existem árbitros para certificar que as normas estão sendo cumpridas.
Para muitos, o Takanakuy resume-se ao coletivo ato irracional de violência. Mas para povo de Chumbivilcas, o festival é um importante patrimônio cultural, que inclusive se expandiu para outras aldeias e cidades da província.