Ciência
19/02/2020 às 11:46•2 min de leitura
Morreu na tarde de hoje (19) o cineasta José Mojica Marins, também chamado de "Mojica" e mais conhecido como "Zé do Caixão". Ele estava internado no Hospital Sancta Maggiore, na capital paulista, e teve complicações derivadas de uma broncopneumonia.
Mojica nasceu na cidade de São Paulo, em 13 de março de 1936. Filho de artistas circenses, sempre teve contato próximo com cinema, já que o pai dele operava e criava tanto cenas como histórias usando bonecos e cenários do circo. Aos 12 anos, ganhou uma câmera filmadora e, a partir daí, entrou de cabeça nas produções.
Em 1963, deu vida ao seu mais famoso personagem (e pelo qual seria conhecido até fora do Brasil): o "Zé do Caixão". Este estreou no filme À meia-noite levarei sua alma. Segundo Mojica, o personagem veio à sua cabeça após um pesadelo que teve, no qual uma imagem dele mesmo o carregava até seu próprio caixão. Poucos sabem que Zé do Caixão é apenas o apelido desse personagem, cujo nome real é Josefel Zatanas.
Uma das características que mais marcou a carreira de Mojica foram suas unhas — tão compridas que chocaram os espectadores de seus filmes e deixaram a linha que separa a realidade da ficção ainda mais tênue. Toda a mística em torno das imensas garras do cineasta acabou em 1998, em uma cerimônia na qual ele as cortou no palco, acompanhado da banda Sepultura. O motivo para a diminuição das unhas foi um início de atrofia em suas mãos e um desejo por mais liberdade ao manusear objetos cotidianos.
Em 2014, Mojica foi internado para fazer uma angioplastia a fim de desobstruir os vasos entupidos que ele tinha, passando a fazer 3 hemodiálises por semana. Desde então, havia se retirado dos holofotes da vida pública para cuidar da saúde, mas desmentiu 2 vezes notícias envolvendo seu nome: uma que havia se tornado evangélico e outra que havia morrido em 2018.
Infelizmente, a notícia agora é verdadeira: mesmo com toda a intimidade que José Mojica tem com o além, infelizmente não vai poder retornar de lá. Já o Zé do Caixão não partiu... Esse sim tornou-se eterno!