Estilo de vida
06/03/2020 às 08:00•2 min de leitura
O Egito vivia em paz e com prosperidade quando Aquenáton tornou-se faraó e, juntamente com sua esposa, a famosa Nefertiti, decidiu revolucionar o sistema religioso egípcio, extinguindo os dois mil deuses adorados pela população. O ano era 1353 a.C, aproximadamente, quando a ordem expressa chegou a todos: o único deus que deveria existir era o deus Sol, ou Aton, o criador de todos. O faraó possuía poderes ilimitados e todos tiveram que obedecer, mesmo que considerassem isso uma heresia.
No quinto ano de seu reinado, Aquenáton decidiu mudar-se de Tebas para se instalar ao norte do rio Nilo, passando mais uma mensagem de ruptura do passado. Nefertiti recebeu igualdade de poder e, juntos, ordenaram que construíssem uma cidade onde hoje fica Amarna, que chegou a ter 50 mil habitantes. O local, batizado de Ajetatón – horizonte de Aton – foi escolhido depois que o faraó supostamente recebeu uma mensagem do Deus Sol.
O império começou a ruir porque o povo não se acostumou com a ideia radical da extinção de todos os outros deuses. Aquenáton ordenou que todas as imagens de deuses antigos fossem destruídas, especialmente de Amon-Rá, o deus maior do panteão. Distante da imagem afetiva familiar que tentava transmitir, agora ele travava uma verdadeira batalha pelo fim de uma memória milenar – e contra seu próprio povo.
Sua revolução enfraqueceu à medida que seu exército não mais lhe obedecia. Um dos países vizinhos, que era protegido do Egito, pediu ajuda contra invasões e não pôde ser atendida. Era tão grande a ocupação na perseguição religiosa que o Egito perdeu até mesmo territórios para outros países.
Aquenáton morreu 13 anos depois da fundação de sua cidade. Antes disso, já vivia triste, pois tinha perdido suas filhas e sua esposa, Nefertiti. Quem assumiu foi seu filho Tutancâmon, e só por isso Aquenáton não foi completamente esquecido na história. Muitos dos registros de sua revolução religiosa foram destruídos, juntamente às suas estátuas.
Com Tutancâmon, o Egito voltou a adorar todos os seus deuses, restaurando o poder e a prosperidade por lá. A vida voltou à normalidade e nenhum outro faraó ousou mudar a ordem vigente depois disso.