Ciência
15/10/2020 às 05:00•2 min de leitura
Até 1992, a Albânia foi governada por um regime comunista implacável, considerado como um dos mais radicais do mundo. O período imediatamente pós-comunista foi muito conturbado, com graves reflexos no desenvolvido urbano de suas cidades.
A capital do país, Tirana, na época com uma população de cerca de 300 mil pessoas, experimentou um crescimento caótico. Sem um planejamento urbano consistente, inúmeros edifícios começaram a ser construídos aleatoriamente e diversas estruturas ilegais se multiplicaram em áreas públicas.
Começando a receber uma população imensa de migrantes rurais antes espalhados por todo o país, a capital “inchou” com o surgimento de bairros informais construídos de forma descontrolada.
Porém, a situação de Tirana começou a mudar no ano 2000, quando a cidade elegeu para prefeito o hoje primeiro-ministro Edi Rama, que, além de político, é pintor, escritor, publicitário e ainda astro do basquete albanês.
Após sua eleição para prefeito, cargo para o qual foi reeleito em 2003 e 2007, Rama fez como sua principal meta de governo uma extensa campanha de revitalização de Tirana.
As antigas construções desoladas e pinturas sem brilho do tempo do regime comunista foram substituídas por cores vivas de laranja, verde, azul e amarelo. Os edifícios construídos sem limite de altura receberam padrões lúdicos e formas geométricas extravagantes.
Antes considerada a capital mais feia da Europa, Tirana conseguiu substituir suas fachadas sombrias de tons escuros por uma configuração arquitetônica atualmente considerada como a mais “cool” do continente.
Quando Rama começou a pintar o primeiro prédio da cidade de cores vivas, para “reavivar a esperança que se perdera em minha cidade”, a reação foi impressionante. Pessoas formaram multidões para ver a novidade, e visitantes chegaram de todo o país.
Porém, quando o então prefeito buscou fontes de financiamento junto às autoridades da União Europeia, eles se opuseram à ideia de Rama porque cores chamativas não atendiam aos padrões da UE.
A reação de Rama foi imediata: “Eu disse a eles que não, desculpem. O compromisso com as cores aqui é cinza. Mas já tivemos cinza o bastante para a vida inteira” afirmou durante uma apresentação no Ted Talks.