Artes/cultura
13/12/2020 às 03:00•2 min de leitura
A cidade histórica de Hegra, na Arábia Saudita, está aberta ao público e já pode receber novos visitantes. Datada de dois mil anos atrás, a nova atração do Oriente Médio é lar de dezenas de tumbas e configura como um dos sítios arqueológicos mais importantes da região, tendo contribuído com muitas revelações sobre um antigo império local.
Abandonada por milhares de anos, Hegra, também conhecida como Mada’in Saleh ou Al-Hijr, chegou a ser considerada a segunda cidade mais importante do reino de Nabateu, funcionando com metrópole comercial referência na venda e troca de aromáticos e especiarias como raiz de gengibre, açúcar, pimenta em grão, olíbano e mirra.
Atualmente, a maior parte de seus atrativos está concentrada na impressionante arquitetura das edificações, similares às encontradas na cidade antiga de Petra, Jordânia. Rodeada por falésias, Hegra é o reflexo de uma mistura de diversas culturas, trazendo traços de assírios, egípcios e fenícios.
Durante o século IV a.C. e 1 a.C., o local também passou a ser influenciado pelo Império Romano, que anexou diversos territórios de países adjacentes, inclusive a Arábia Saudita, com a proposta de se aliar ao próspero comércio da cidade, que chamava a atenção por sua rica gastronomia. Apesar disso, pouco ainda se sabe sobre os nabateus.
“A razão de não sabermos muito sobre eles é porque não temos livros ou fontes escritas que nos contem sobre a maneira como viveram, morreram e adoraram seus deuses”, disse Laila Nehmé, arqueóloga e co-diretora do Projeto Arqueológico Hegra. “Temos algumas fontes que são externas, além de pessoas que contaram histórias. Eles não deixaram nenhum grande texto mitológico como os que temos para Gilgamesh e Mesopotâmia. Não temos a mitologia deles”.
Hegra concentra cerca de 111 tumbas monumentais, incrustadas com diversos detalhes oriundos das culturas às quais se misturou. Além das marcas e glifos referentes a outros povos, as estruturas também possuem mensagens localizadas em vários idiomas como lihyanita, tamúdico, latim e grego.
Segundo especialistas, não é possível saber que construiu as tumbas ou quem foi enterrado no local já que não há comprovação alguma sobre o estilo de vida dos nabateus, então as pesquisas devem continuar na área para buscar novidades sobre o território e o extinto reino.