Artes/cultura
13/01/2021 às 05:00•2 min de leitura
A Idade das Trevas é um período histórico europeu que ocorreu logo após a queda de Roma, sendo considerada inicialmente uma época de grande declínio cultural e econômico. Contudo, esta visão tradicional não é aceita entre alguns estudiosos, que explicam que houve muita inovação em várias áreas entre os anos que sucederam o colapso do império romano até a coração de Carlos Magno em 800 d.C.
Mas alguns evidências históricas podem contrariar esta visão mais positiva da situação, e separamos três que você pode conferir abaixo:
Durante a Idade das Trevas, pesquisas realizadas em áreas ao norte de Roma apresentaram uma redução no número de assentamentos rurais. Além disso, o gado, que havia aumentado de tamanho da Idade do Ferro até os anos nos quais os romanos estavam no auge, passou a diminuir novamente na Idade Média, voltando ao porte que tinha em tempos pré-históricos.
Isso sugere não só uma grave contração no suprimento de alimentos, como também um empobrecimento de produtividade agrícola, o que consequentemente causou um declínio no tamanho populacional da Europa.
Mesmo com a devastação causada pela guerra e a negligência e hostilidade contra intelectuais cristãos, era muito fácil obter cópias de obras de autores latinos e outras localidade ocidentais em Roma.
Porém, após a queda do império, a propagação de manuscritos pagãos cessou quase que por completo devido a fatores econômicos e o crescimento do Cristianismo, impedindo que muitos de seus elementos culturais chegassem ao nosso conhecimento na atualidade.
Esta perda é tão substancial e sem precedentes, que os estudiosos estimam que apenas de 1 a 10% de toda a literatura produzida antes da Idade das Trevas realmente conseguiu sobreviver.
Não é possível avaliar com precisão a predominância da alfabetização entre os antigos romanos, porém, a leitura e escrita eram uma parte essencial de seu cotidiano, com dedicatórias, epitáfios funerários e até mesmo graffitis obscenos sendo comuns em áreas urbanas e aparecendo em algumas partes rurais.
Inclusive, o comércio da antiga sociedade de Roma contava muito com a palavra escrita, para contabilizar e catalogar seus itens.
Membros da burocracia imperial e do exército eram comumente alfabetizados de forma simples, mas os aristocratas dedicavam uma atenção especial ao seu letramento, pois não podiam saber apenas ler e escrever, como também deveriam ser grandes conhecedores do idioma e serem versados tanto na literatura grega quanto latina.
Porém, esta foi outra situação que mudou na Idade das Trevas, com a Grã-Bretanha anglo-saxã cessando a alfabetização quase completamente. Não era incomum que os governantes bárbaros fossem iletrados, e até mesmo o incrível Carlos Magno sofreu para dominar o alfabeto latino.
Os selos, sinetes e inscrições que faziam parte do cotidiano comercial de militar de Roma desapareceram, e até mesmo as escritas casuais e pervertidas viraram algo raro de se encontrar. Afinal, o mundo havia se tornado mais simples, e saber ler e escrever passou a não ser necessário para o dia a dia da população.
Somente o clero era a única parte da sociedade medieval inicial com um grau de alfabetização, mas até neste caso era algo muito mais básico do que o dominado pelos nobres romanos.