Ciência
05/04/2021 às 06:40•2 min de leitura
Um pomposo “desfile” de múmias parou a cidade do Cairo, no Egito, nesse sábado (3), quando os corpos de antigos governantes do país foram transportados do Museu Egípcio, onde ficavam expostos, para o Museu Nacional da Civilização, sua nova morada.
O comboio contou com um total de 22 múmias de reis e rainhas do Egito Antigo. Entre elas, estavam o Rei Ramsés II, faraó mais famoso do Império Novo, que assinou o primeiro tratado de paz conhecido, e a Rainha Hatshepsut, conhecida por se tornar governante em uma época na qual não era comum as mulheres serem faraós.
Cada uma delas foi transportada em um carro com decorações típicas da época, contendo os nomes dos faraós e que trazia um mecanismo para evitar impactos. As peças estavam em cápsulas especiais preenchidas com nitrogênio, simulando as condições do local onde elas ficavam expostas, para uma maior proteção.
(Fonte: BBC/Reprodução)
No “desfile de faraós”, os 18 reis e as quatro rainhas foram transportados em ordem cronológica, passando por ruas decoradas nas marginais do rio Nilo. O evento teve apresentações musicais e as presenças do presidente do Egito Abdul Fatah Khalil Al-Sisi e de autoridades da Organização Mundial do Turismo, da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O transporte dos corpos pelas ruas do Cairo, em um evento grandioso, objetiva chamar a atenção de turistas para as antiguidades do país, segundo as autoridades egípcias. No entanto, a parada fez alguns internautas relacionarem a festa com antigas superstições associadas às múmias do Egito.
Muitos estudiosos muçulmanos acreditam que os mortos devem ser tratados com respeito e dignidade, em vez de exibidos publicamente, algo que tem gerado debates no país há um longo tempo, fazendo surgir o mito da “maldição dos faraós”.
(Fonte: BBC/Reprodução)
Enquanto aconteciam os preparativos para o desfile, o país enfrentou alguns desastres, como o acidente de trem na cidade de Sohag, com 18 mortos, e um desabamento de prédio no Cairo, que resultou em pelo menos 25 mortos.
Tais acontecimentos, assim como o bloqueio do Canal de Suez por um navio cargueiro, estariam relacionados à suposta maldição, conforme comentários nas redes sociais.