Artes/cultura
12/06/2021 às 08:00•2 min de leitura
A Marquesa de Montespan nasceu Françoise-Athénais de Rochechouart de Mortemart, em 5 de outubro de 1640, em Lussac-les-Châteaux, na França. Ela ficou conhecida como Madame de Montespan, a amante mais respeitada e célebre do rei Luiz XIV da França, com quem teve 7 filhos.
Sua influência e reconhecimento foram tão grandes que ela era chamada de "a verdadeira rainha da França" devido à influência que teve na corte durante o seu relacionamento com Luís XIV, tornando-se incomparável a qualquer amante que tivesse existido.
Bela, desejada e detentora do amor do rei, a marquesa possuía tudo que uma mulher pudesse almejar na França do século XVII. No entanto, ela queria mais, especificamente o assento no trono de Maria Teresa da Áustria, ao lado de seu amante.
Com os séculos de boatos, especula-se que ela fez de tudo para tentar conseguir o que queria, inclusive apelando às forças malignas.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
A carreira de Catherine Monvoisin, mais conhecida como "Bruxa de Paris", foi por água a baixo depois que o Palácio de Versalhes entrou em alvoroço quando dezenas de membros da corte de Luís XIV começaram a morrer inexplicavelmente e, depois de desenterrados, apresentarem intestinos enegrecidos – o que indicava envenenamento.
Por uma taxa polpuda, Lavoisin lucrou secretamente com ódios e amores não correspondidos ao formular poções de amor e venenos para todos os tipos de pessoas pela cidade. Além disso, ela também retirou de maneira rudimentar os fetos de dentro de mulheres que não queriam ter filhos.
(Fonte: Toda Matéria/Reprodução)
Portanto, quando Luís XIV foi forçado a instaurar uma investigação, a Bruxa de Paris foi levada ao tribunal, em 1679, entre as 319 intimações emitidas, das quais 194 indivíduos foram presos e 36 executados, em uma comissão tão notória quanto a de Salem.
As autoridades reviraram a casa da mulher e encontraram ossos infantis em seu jardim, fruto de um ritual de magia negra. Adam Coueret, assistente da bruxa e conhecido como Lesage, disse que os ossos pertenciam a um feitiço encomendado pela Marquesa de Montespan, apesar das negativas da feiticeira. Segundo o homem, ela teria recorrido à Lavoisin para matar uma rival dela pelo amor do rei.
(Fonte: Plume d'Histoire/Reprodução)
Depois que a bruxa foi queimada em praça pública, em 20 de fevereiro de 1680, sua filha, Marguerite Monvoisin, testemunhou que a marquesa se ofereceu ao Diabo nua em um altar, bebeu o sangue de crianças e até teria colocado restos mortais de um bebê assassinado na comida do rei para enfeitiçá-lo.
Luís XIV, por sua vez, decidiu acreditar na inocência de sua amante, ou talvez tenha optado por preservar ela e seus filhos da humilhação, por isso não a processou pelas acusações. No entanto, isso não impediu que a marquesa fosse rechaçada, perdendo sua posição na corte e entrando até para um convento.
Ela morreu em 1707, aos 67 anos, em decadência e reclusão, com seu legado como satanista pesando em meio ao seu reinado apoteótico no Palácio de Versallhes.