Tatuagens da pandemia: você faria uma para imortalizar esse momento?

21/07/2021 às 09:302 min de leitura

Ao mesmo tempo que não existe uma exigência para que as tatuagens tenham algum tipo de significado, algumas pessoas preferem marcar em suas peles períodos que foram extremamente marcantes em suas vidas. Isso, logicamente, também vale para um dos momentos mais peculiares que vivemos na história da humanidade: a pandemia de coronavírus.

Enquanto boa parte das pessoas planeja deixar tudo que aconteceu desde o começo de 2020 para trás, há quem acredite que essa fase de nossas vidas precisa ser lembrada para sempre. Desde então, as tatuagens com temática "pandemia" começaram a ganhar fama pela internet e também pelos estúdios de tattoo no mundo.

Lembrança da crise

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Seja para lembrar de um período engraçado durante a quarentena ou para marcar a vitória na batalha de uma internação, as pessoas têm encontrado formas de materializar momentos importantes ou simplesmente lembrar aquelas pessoas queridas que se foram durante os últimos anos em decorrência da covid-19.

E quando o tema é pandemia, as tatuagens podem ser impactantes não só para quem receberá a tinta na pele, mas também para os artistas. Um exemplo disso foi o trabalho feito por Jonathan Valena, que teve a experiência de tatuar a irlandesa Samantha Barry durante seu tempo em Nova York.

Com a quarentena, Barry teve que passar o maior período da sua vida afastado da sua família e por isso decidiu marcar a cidade norte-americana em sua pele por tê-la acolhida nesse tempo difícil. "Ela representou a força de Nova York e me ensinou que eu não estava sozinho", disse Valena em entrevista para o The New York Times. 

Luta pela sobrevivência

(Fonte: The New York Times/Reprodução)(Fonte: The New York Times/Reprodução)

Segundo Valena, 90% dos seus clientes lhe procuram para realizar a primeira tatuagem de suas vidas. Após o início da pandemia, entretanto, houve uma demanda considerável de pedidos por desenhos relacionados ao tema "covid-19". Para ele, o processo de tatuagem pode ser terapêutico. "Eles me contam suas histórias e eu estou lá para ouvir", descreveu.

Foi isso que aconteceu com Rachael Sunshine, uma norte-americana de 44 anos que sofre com uma doença degenerativa nos nervos e sobreviveu duas vezes durante a pandemia: uma batalha contra o vírus e outra durante uma cirurgia de coração para resgatar o órgão que fora afetado pela doença.

No dia 26 de maio de 2021, ela decidiu tatuar um coração rodeado das proteínas spike do vírus Sars-CoV-2 — símbolo do grupo de sobreviventes da covid-19 Survivor Corps. Quando perguntada sobre a motivação do desenho, Sunshine se orgulha em dizer: "Eu ainda estou lutando contra isso, então este é meu distintivo de guerreira. Quando as pessoas daqui a 10 anos falarem sobre a covid, eu direi: ‘Eu a venci.’"

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