Artes/cultura
24/09/2021 às 08:00•2 min de leitura
Mulheres trabalhadoras comuns foram alvos do regime nazista que condenou judeus à morte. Por meio de anúncios, elas eram atraídas com a promessa de um trabalho com bom salário, alimentação gratuita, acomodação e roupas. Mas o que deixavam de anunciar é que a acomodação era o campo de concentração feminino de Ravensbrück, na Alemanha, e a roupa, o uniforme da SS (a polícia nazista).
Muitas instalações nazistas não existem mais, porém se mantêm de pé várias vilas com construções que remetem aos chalés alemães medievais. Neles residiam guardas mulheres, que, ao abrir as venezianas, podiam ver uma floresta, um lago e as chaminés da câmara de gás onde outras mulheres — essas, judias — morriam.
(Fonte: Gedenkstätte Ravensbrück/Reprodução)
Pouco se sabe sobre essas moças, mas muitas eram de famílias pobres e abandonaram a escola cedo, portanto tinham poucas oportunidades de carreira. A promessa de salário alto, acomodação confortável e alimentação atraia essas mulheres que viam uma oportunidade para sua independência financeira.
Várias mulheres foram doutrinadas e acreditavam na ideologia de Hitler. Mas alguns registros mostram que muitas delas desistiam do trabalho assim que percebiam o que ele de fato envolvia. Elas eram autorizadas a ir embora sem sofrer nenhuma consequência negativa pela decisão.
Ravensbrück foi considerado o maior campo de concentração exclusivamente feminino da Alemanha nazista. Aproximadamente 120 mil mulheres foram presas nessa instalação. Elas eram lutadoras da resistência ou oponentes políticos. Também foram exiladas mulheres marcadas como “inadequadas” aos olhos dos nazistas: judias, lésbicas, prostitutas ou mulheres sem-teto.
Ao menos 30 mil delas faleceram no campo de extermínio, muitas foram intoxicadas por gás ou enforcadas, outras trabalharam até a morte, morreram devido a doenças ou fome.
(Fonte: Terra do Homem/Reprodução)
Cerca de 3,5 mil mulheres trabalharam como guardas de campos de concentração nazistas. Elas começavam em Ravensbrück, mas depois muitas eram transferidas para campos como Auschwitz-Birkenau ou Bergen-Belsen.
Após a guerra, 77 mulheres que trabalhavam como guardas da SS foram levadas a julgamento, mas poucas de fato foram condenadas. Isso porque elas se retratavam como ajudantes ignorantes.
A maioria nunca falou sobre o passado e viveu uma vida comum. Essas mulheres mudaram seus nomes, se casaram e desapareceram na sociedade.