Estilo de vida
18/10/2021 às 12:00•2 min de leitura
Em parceria com o Instituto de Pesquisa Histórica do Instituto Nacional Grego, mergulhadores e exploradores do Ministério da Cultura e dos Esportes da Grécia anunciaram a descoberta de um navio romano naufragado entre os séculos II e III. Identificada na ilha de Kasos, Grécia, no extremo sul do Mar Egeu, a embarcação chamou a atenção por revelar uma carga bastante preservada, que incluía itens espanhóis e africanos datados de quase 2 mil anos.
Realizada entre 23 de setembro e 14 de outubro de 2020, a pesquisa arqueológica subaquática liderada por Xanthis Argyris e Georgios Koutsouflakis foi resultado de uma exploração na remota região de Kasos, que recebeu, pela primeira vez, uma série de estudos com o objetivo de identificar, documentar e analisar antiguidades marinhas. O projeto contou com a participação de 23 cientistas e técnicos, que efetuaram mais de 100 mergulhos e operaram por mais de 200 horas nas profundezas.
(Fonte: Ministério da Cultura Grego/Reprodução)
Em meio aos achados, os maiores destaques foram ânforas do estilo Dressel 20, recipientes de óleo feitos entre os séculos I e III em oficinas de cerâmica na área de Guadalquivir, Espanha; e do estilo "Africana I", cuja produção se limitava à região da África Proconsular — atualmente ocupada pela Tunísia — entre os séculos II e III. Essa carga mista, então, indica que o navio datava de pouco mais de 1,8 mil anos, de acordo com aproximações temporais.
(Fonte: Ministério da Cultura Grego/Reprodução)
Além da embarcação, mais três naufrágios antigos foram localizados e documentados na região, incluindo um com carga de ânforas produzidas no norte do Mar Egeu durante o Período Helenístico (século I a.C.), um segundo navio com carga do Período Clássico (século V a.C.) e um último que data dos tempos modernos. Um grande número de descobertas únicas também foi anunciado e posteriormente registrado como parte da pesquisa.
A descoberta em Kasos ajudou os cientistas a entenderem como eram realizadas as atividades mercantis no Egeu há quase 2 mil anos, quando os mares eram conhecidos por ser uma importante rota que ligava a Europa ao Oriente Médio. Segundo informações publicadas pelos exploradores, a ilha grega foi um dos principais pontos de passagem e trocas de produtos da Antiguidade até a Idade Moderna, além de um centro de navegação bastante requisitado por marinheiros e mercadores.