Artes/cultura
14/11/2022 às 14:00•2 min de leitura
Todo 15 de novembro é dedicado a relembrar um marco na história do Brasil ocorrido em 1889: a Proclamação da República. A data registra uma mudança significativa na política brasileira e, apesar de estar indo para seus 133 anos, há alguns fatos interessantes sobre esse acontecimento que talvez você não saiba até hoje.
Pintura representativa de quando Major Sólon entregou a mensagem a D. Pedro II. (Fonte: Wikipédia/Reprodução)
A elaboração do plano de transição da Monarquia para a República aconteceu de portas fechadas. Nos encontros, militares, políticos e acadêmicos debatiam maneiras de compartilhar as ideias republicanas, obter cargos públicos e criar partidos políticos.
Em 15 de julho de 1889, Adriano Augusto do Valle, um republicano português, disparou contra D. Pedro II no momento em que ele saía de um concerto na cidade do Rio de Janeiro. Enquanto atirava, o sujeito gritava frases que refletiam seu posicionamento político.
Apesar da tentativa, Valle não conseguiu acertar o Imperador e, no dia seguinte ao ocorrido, foi preso por tentativa de assassinato. Na época, Dom Pedro II escolheu abafar o caso com o objetivo de desencorajar demais interessados e impedir o aumento da moral do movimento republicano. Por isso, esse acontecimento não é tão comentado nas aulas de História.
Retrato de Princesa Isabel, também conhecida como "a Redentora". (Fonte: Brasil Escola/Reprodução)
De acordo com alguns historiadores, a Princesa Isabel era vista pela elite brasileira como desqualificada para liderar o Brasil. Motivo: ser mulher. Mas essa não é a única justificativa. A impopularidade de seu marido — Gastão de Orléans, o Conde d’Eu — influenciou nessa percepção.
Para eles, a gestão da Princesa teria forte influência estrangeira por conta de seu esposo. A elite ainda acreditava que sua religiosidade teria poder sobre ela, já que seguia fortemente os mandamentos da Igreja Católica, sendo esse outro motivo que a configurava incapacitada para exercer tal liderança.
Depois da assinatura da Lei Áurea, em 1888, os ex-donos de escravos se tornaram outra classe a pregar a inaptidão da Imperatriz, julgando-a “piedosa demais” e sem “pulso firme” para governar. Essas questões também contribuíram para que a mudança política brasileira ocorresse.
Marechal Deodoro da Fonseca, o militar que proclamou a República. (Fonte: Gestão Organizacional/Reprodução)
Marechal Manuel Deodoro da Fonseca era muito conhecido por ser amigo pessoal de D. Pedro II e um monarquista. Foi por isso que, apesar de ter proclamado a República, não participou diretamente do planejamento do golpe que levou à destituição do Imperador.
Como os republicanos não encontravam uma maneira democrática de instaurar o republicanismo, decidiram usar a posição do Marechal — que era visto como herói da Guerra do Paraguai — para liderar o motim.
(Fonte: Wikimedia)
Historiadores dizem que Fonseca prosseguiu com o plano dos republicanos após rumores de que seria preso. Outro acontecimento que o fez manter sua decisão foi o desmanche do exército, ordenado pelo Visconde de Ouro Preto, em 14 de novembro de 1889.
O estopim mesmo, no entanto, foi a descoberta de que Gaspar Silveira Martins sucederia Ouro Preto, tomando o cargo de Primeiro-Ministro do Império. Fonseca tinha um desafeto por Martins; então, quando soube por Benjamin Constant que isso aconteceria, aceitou imediatamente assinar o decreto que instituiu o governo provisório republicano.
Tudo porque ele não concordava com o fato de ter um inimigo como primeiro-ministro, um dos mais importantes cargos do sistema político.