Relação aberta: 5 casais famosos que não eram monogâmicos

17/11/2021 às 02:004 min de leitura

Se você acompanha redes sociais como o Twitter, deve perceber que o tema “monogamia X relacionamento aberto” sempre volta ao centro dos debates, de tempos em tempos. 

A questão é bem simples de entender: a monogamia é aquele relacionamento mais tradicional, no qual os dois só se relacionam entre si; já nos relacionamentos abertos, por outro lado, os dois podem ficar com quem quiserem ou até se relacionar a três — alguns casais criam regras para organizar tudo, mas há muito mais liberdade. 

Há defensores ferrenhos dos dois lados (e os outros que não aguentam mais a discussão e só acham que cada um deve viver como quiser). Contudo, engana-se quem pensa que a não-monogamia é uma “coisa moderna”. Além de todas as pessoas que escondem amantes, há vários casais famosos que mantinham um relacionamento aberto. A seguir, conheça cinco desses casais.

1. Alfred Kinsey e Clara McMillen

Imagem: PBS/Reprodução(Fonte: PBS/Reprodução)

O biólogo e sexólogo Alfred Kinsey (1894-1956) revolucionou a sociedade com sua forma de estudar e falar sobre sexo naturalmente — seus trabalhos dos anos 1940 e 1950 impulsionaram a revolução sexual das décadas seguintes. 

Por causa dele, entendemos outras orientações (como a homossexual) como algo natural dos seres humanos, um passo importante nos direitos LGBTQIA+. Também pudemos entender que a sexualidade humana não é algo “preto no branco”, mas um espectro, com as mais variadas possibilidades. 

É compreensível que, com ideias tão modernas, Kinsey também não mantivesse uma relação exatamente tradicional, não é? Sua esposa Clara McMillen (1898-1982) foi essencial para os trabalhos dele e os dois mantinham um relacionamento 100% aberto: eles podiam ficar com quem quisessem e até organizavam orgias, em que serviam tortas de caqui para os convidados. 

Kinsey, inclusive, era bissexual e se relacionava tanto com homens, quanto com mulheres, além da própria esposa — quando lhe perguntavam sobre esse estilo de vida “modernoso”, ele dizia que era tudo pela ciência. 

2. Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre

Imagem: BBC/Reprodução(Fonte: BBC/Reprodução)

Outra autora que revolucionou a forma de pensar sobre sexo e gênero no século XX, com sua obra-prima feminista O Segundo Sexo, a francesa Beauvoir (1908-1986) é outra que não mantinha relações convencionais com seu amado — o também filósofo e escritor Jean-Paul Sartre (1905-1980). 

Para começar, os dois nunca foram casados — eram só “amigados”, como se dizia na época — e eram livres para procurar outros amantes fora do relacionamento. A ideia foi de Sartre, mas Beauvoir concordou prontamente. A única regra que eles precisavam manter era a de nunca mentir um para o outro. 

Os dois tiveram vários amantes e, como Beauvoir era bissexual, ela se relacionou com algumas moças que seu marido já tinha “conhecido” — ela acabou sendo acusada de exploração sexual por algumas delas, inclusive, mas isso é outra história bem polêmica. Além disso, Beauvoir teve um caso mais forte com o escritor norte-americano Nelson Algren (1909-1981). 

Ainda assim, o “amor de sua vida” era Sartre: quando ele morreu, em 1980, ela publicou várias das cartas que os dois trocaram ao longo dos anos, em um livro.

3. O criador da Mulher Maravilha e Olive Byrne

Imagem: Tumblr

Muito além dos filósofos e cientistas modernosos dos itens anteriores, temos esse casal de norte-americano que pareceria acima de qualquer suspeita. William M. Marston (1893-1947) foi um grande psicólogo e ajudou a criar os primeiros protótipos de um detector de mentiras. Além disso, ele era conhecido pelo pseudônimo Charles Moulton e foi um dos criadores da Mulher Maravilha.

Ele era casado com Elizabeth, que ajudava em seus trabalhos científicos e foi a inspiração por trás da super-heroína. O relacionamento dos dois era “normal” para os padrões da época, até que a estudante de psicologia Olive Byrne apareceu. William se apaixonou pela moça e ela foi morar com os Marstons, criando os quatro filhos (dois de cada mulher) com Elizabeth.

Quando Olive e William “oficializaram” (bem entre aspas) a união, ela usou dois braceletes em cada braço, no lugar de uma aliança. Qualquer semelhança com uma amazona famosa aí dos quadrinhos não é coincidência… O negócio é que o “trisal” durou até a morte de William — depois disso, as duas mulheres continuaram vivendo juntas. 

4. Marlene Dietrich e Rudolf Sieber

Imagem: Deutsche Welle/Reprodução(Fonte: Deutsche Welle/Reprodução)

A atriz alemã, famosa desde a época do cinema mudo, foi uma mulher muito à frente de seu tempo: atraía todos os holofotes com seu estilo andrógino e estilo de vida chiquérrimo. O que muita gente se esquece é que, apesar dos vários relacionamentos conturbados, Marlene (1901-1992) era casadíssima. O matrimônio com o diretor Rudolf Sieber (1897-1976) durou mais de 50 anos. 

Em uma de suas poucas entrevistas, Sieber afirmou: “Claro que há rumores sobre ela estar apaixonada por este ou aquele. Ela é uma mulher glamorosa e uma mulher glamorosa deve estar rodeada de romance o tempo todo”. Ele sabia de tudo e até recebia cartas dos amantes da esposa, com comentários sarcásticos. 

Dietrich teve romances com homens e mulheres famosos, como Greta Garbo, Frank Sinatra e até o presidente John F. Kennedy. De Sieber, não se sabe tanta coisa, mas ele também deu as suas “puladas de cerca”, incluindo com Tamara Matul, amiga da esposa. 

Ainda assim, Dietrich amava muito seu marido e largou tudo para cuidar dele quando ele ficou doente. Em entrevistas, ela afirmou: “O Sr. Sieber é o marido e pai perfeito”. 

5. Franklin Roosevelt e Eleanor Roosevelt

Imagem: Wikimedia Commons(Fonte: Wikimedia Commons)

Franklin D. Roosevelt (1882-1945), mais conhecido como FDR, é considerado um dos presidentes mais importantes da história dos Estados Unidos — e Eleanor Roosevelt (1884-1962) uma das primeiras-damas mais memoráveis, por seu trabalho de caridade e luta pelos direitos humanos. Além disso, os dois tinham um casamento bastante liberal, que choca muitos até hoje.

FDR teve um caso com uma secretária, e Eleanor não tinha muito instinto materno… Assim, com o tempo, os dois desenvolveram um arranjo de casamento aberto, em que eles continuavam se apoiando na vida, mas podiam ter romances com outras pessoas — o que durou por décadas, até a morte de FDR em 1945. 

Sobre Eleanor, há rumores de que ela tinha uma relação com a jornalista Lorena Hickok — com quem trocava muitas cartas e que pode ter lhe inspirado a fazer suas famosas coletivas de imprensa apenas com jornalistas mulheres. 

E você: acredita nos relacionamentos abertos ou prefere “a boa e velha” monogamia?

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