Artes/cultura
01/12/2021 às 11:30•2 min de leitura
Canonizar uma pessoa é uma das maiores honrarias católicas, e a lista de crianças que alcançam o grau de santidade da igreja católica pode estar prestes a aumentar. Além de São Tarcísio, São Domingos Sávio, São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto, a relação pode ganhar mais um nome — e de uma brasileira — futuramente: Odette Vidal Cardoso, a Odetinha.
(Fonte: Postulatore delle Cause dei Santi/Divulgação)
Filha de imigrantes portugueses, Odetinha nasceu no Rio de Janeiro em 18 de fevereiro de 1931 e faleceu em 25 de novembro de 1939. Apesar de ter vivido por apenas nove anos, já foi o bastante para comprovar todas as suas boas ações e auxiliá-la a dar mais um passo no caminho da santificação.
Desde pequena aprendeu a recitar as orações e a praticar caridade (algo aprendido com os pais, que também eram bondosos para com os necessitados), começando a tomar aulas de catecismo aos cinco anos. Ela era considerada uma menina que aprendia rápido e pouco tempo depois já estava ensinando os colegas.
Recebeu a primeira comunhão um mês antes de completar sete anos, e com sua fé aumentando a cada dia, também passou a incluir os hábitos de jejum nas práticas cotidianas. Além disso, ela também relatava à sua mãe conversas e interações com o próprio Jesus Cristo.
Túmulo de Odetinha, no Rio de Janeiro. (Fonte: Postulatore delle Cause dei Santi/Divulgação)
“O amor e a caridade de Odette estendiam-se a todos, sem exceção. Para a festa de Natal, pediu aos pais que todos os empregados da casa se sentassem com eles na mesma mesa para comerem juntos. Ela nutria um amor particular por uma menina órfã e, quando recebia um presente, compartilhava com ela. Ao saber que o filho de um empregado ainda não havia feito a primeira comunhão, ofereceu-se para ela mesma lhe ensinar o catecismo. Mais tarde, quando a criança adoeceu, Odette se preocupou em fazer com que ele recebesse todos os sacramentos”, diz o texto feito pelo escritório que defende a causa de sua santificação.
A breve vida de Odetinha começou a definhar em 8 de outubro de 1939, quando apresentou uma febre muito forte e foi à missa bastante cansada: eram os primeiros sintomas de tifo. O relato biográfico da garota diz que ela mostrou “paciência heroica durante a mudança, sem nenhuma lágrima ou grito”. Em alguns momentos de êxtase dizia que Jesus estava por perto, mas não a havia levado. Na madrugada de 25 de novembro deste mesmo ano, sinalizou que queria receber a comunhão e ofereceram a ela água e um fragmento de hóstia, falecendo em seguida.
Na última semana, o Papa Francisco promulgou o decreto que reconhece as virtudes heroicas de Odetinha, fazendo com que ela passe a ser uma pessoa venerável (confira aqui todas as etapas até a canonização de um santo na igreja católica) e dando início aos processos formais de beatificação e canonização da menina — lembrando que, para a santificação, há a necessidade de confirmação de dois milagres.