Artes/cultura
18/01/2022 às 11:00•3 min de leitura
Entre 1930 e 1950, a Universal Pictures dominou as bilheterias de cinema nos Estados Unidos ao apostar nas tendências do terror, apresentando olhares inéditos sobre o que logo se tornariam as mais icônicas criaturas das telonas.
Inspirado em clássicos da literatura e em movimentos de vanguarda, como o expressionismo alemão, o estúdio abriu as portas para os pesadelos do horror e instaurou novas abordagens visuais, apresentadas em preto e branco, com forte apelo ao bizarro e ao psicologismo gráfico.
Conheça abaixo alguns fatos interessantes sobre o universo cinematográfico dos monstros e descubra de que forma as criaturas fictícias do submundo deram origem às propostas de terror moderno.
(Fonte: Universal Pictures / Reprodução)
Considerado primeiro exemplo do expressionismo alemão nos cinemas, O Gabinete do Dr. Caligari (1920) abriu as portas para que a indústria americana adaptasse suas nuances, especialmente os conceitos estéticos de sombras, luz, geometria e distorções estruturais. O movimento artístico, que buscava simbolizar o mundo além-vida — sonhos e pesadelos — de forma manipuladora e perturbadora, chegou à Hollywood por meio do diretor de fotografia Karl Freund, nome que se tornou referência técnica em obras como Drácula (1931) e A Múmia (1932).
(Fonte: Universal Pictures / Reprodução)
Por quase 10 anos, a Universal trabalhou em colaboração com o guia Motion Picture Production Code (PCA), que visava estabelecer normas de censura requeridas para a aprovação de um filme em exibição pública.
Com isso, Frankenstein (1931) foi um dos longas que tiveram diálogos recortados, como na icônica cena em que o monstro ganha vida e, em vez de o cientista louco gritar “Está vivo! Está vivo! Em nome de Deus, agora eu sei como é SER Deus!”, ele esbraveja apenas "Está vivo! Está vivo!", com o restante do trecho original sendo substituído por sons de trovões.
(Fonte: Universal Pictures / Reprodução)
Hoje, recursos de computação gráfica e tela verde conseguem fazer verdadeiras mágicas no cinema, mas, por serem tecnologias relativamente recentes, muitos diretores da era clássica tinham que improvisar de outras formas para aplicar técnicas de ilusão.
Em O Homem Invisível (1933), por exemplo, Claude Rains, intérprete do químico Jack Griffin, usava veludo por baixo de suas fantasias para desaparecer, combinando sua presença com ambientes de fundo preto para criar cenas em que parecia flutuar por apartamentos e cenários.
(Fonte: Universal Pictures / Reprodução)
Igor, o assistente de Frankenstein, é um dos personagens mais queridos do universo dos monstros e foi criado exclusivamente para os cinemas, já que não existe na obra original de Mary Shelley. O vilão foi introduzido originalmente em O Filho de Frankenstein (1939) e trouxe uma reinvenção interessante para o horror na trama, visto que ele utilizava a força física e a inocência da criatura costurada para satisfazer o desejo de ver seus inimigos mortos de forma brutal.
(Fonte: Universal Pictures / Reprodução)
Lon Chaney Jr., por mais de 1 década, foi um verdadeiro mestre do figurino e da maquiagem, chegando a atuar como lobisomem, Drácula, Frankenstein e múmia em diversos filmes distintos. Além disso, o ator fabricava as próprias fantasias por meio de ferramentas do cotidiano, como arames, elásticos, tintas e acessórios falsos, tornando-se referência no departamento de efeitos práticos da Universal.
(Fonte: Universal Pictures / Reprodução)
Frankenstein Encontra o Lobisomem, de 1943, foi o 1° caso de universo compartilhado dos cinemas e uniu dois dos mais icônicos monstros da época em uma mesma obra, após os sucessos de O Lobisomem (1941) e O Fantasma de Frankenstein (1942). A sequência dos clássicos foi um trunfo de bilheteria e possibilitou que o estúdio investisse em novos projetos crossover, como A Casa de Frankenstein (1944), A Mansão de Drácula (1945) e Abbott & Costello Contra Frankenstein (1948).