Sidney Reilly, o James Bond da vida real

12/10/2022 às 12:002 min de leitura

James Bond foi o responsável por popularizar e por romantizar a imagem dos agentes secretos. O personagem criado por Ian Fleming como o 007 foi o símbolo do espião internacional, capaz de se infiltrar em qualquer lugar e realizar as missões mais desafiadoras.

E tudo isso aconteceu graças a Sidney Reilly. Considerado o maior espião do século XX, ele foi a inspiração para o nascimento de James Bond. Embora seja difícil dizer com certeza o que é realidade e o que é exagero, seu legado é realmente impressionante.

Da Rússia, com amor

aFoto do passaporte de 1918 do famoso agente de espionagem Sidney Reilly, emitido sob seu pseudônimo de George Bergmann. (Fonte: Wikimedia Commons)

Sidney George Reilly nasceu em 1873 na Rússia. Sua vida é tão misteriosa, que a data exata e a cidade onde nasceu variam conforme as fontes, assim como quem foram seus pais. Ele chegou a ser preso pela Polícia Secreta Imperial Russa na década de 1890, acusado de fazer parte do grupo revolucionário Amigos do Iluminismo.

Depois de deixar a cadeira, Reilly fingiu sua morte e se escondeu a bordo de um navio britânico com destino à América do Sul. Aqui, sua história fica confusa. Algumas fontes sugerem que ele chegou no Brasil e adotou o nome Pedro e teria vivido por aqui até 1895. 

Nessa época ele se aproxima de oficiais da marinha britânica, que se tornaram fundamentais para o seu futuro. Trabalhando como funcionário de navios, ele teria salvo a vida do major Charles Fothergill. Fothergill o teria recompensado 1.500 libras esterlinas, um passaporte britânico e passagem para a Grã-Bretanha, onde Pedro se tornou Sidney Rosenblum. Foi assim também que ele foi indicado para trabalhar para a inteligência britânica. Em 1896 ele se muda para a Inglaterra e em 1899 ele muda seu nome para Sidney George Reilly.

A serviço secreto de sua majestade

aUma impressão ukiyo-e do ataque noturno a Port Arthur pela marinha japonesa. (Fonte: Wikimedia Commons)

Reilly teria executado inúmeros trabalhos para o Serviço Secreto da Grã-Bretanha, embora muitos não sejam confirmados oficialmente. Sabe-se que ele conseguiu informações sobre poços de petróleo e ferrovias na Rússia. Além disso, ele teria obtido informações importantes sobre o desenvolvimento de navios de guerra na Alemanha.

O mais curioso é que, além de espião, ele também foi um agente duplo, tendo trabalhado para o governo japonês. Ao mesmo tempo que passava informações secretas para o Serviço de Inteligência Secreta do Japão, ele também compartilhava segredos sobre o Japão para o governo britânico.

Em 1918, Reilly retornou à Rússia para tentar combater o regime bolchevique em Moscou. A missão acabou fracassando e ele se viu obrigado a fugir mais uma vez de seu país natal. 

Em 1925, ele retorna à Rússia para o que se tornou sua missão final. Ele deveria ir ao país para tentar iniciar uma nova revolução contra o regime bolchevique, na Operação Trust. Reilly chega em Moscou mas logo é preso por oficiais do Diretório Político do Estado da URSS. Mais tarde descobriu-se que The Trust foi uma operação de contra-espionagem do governo soviético atrair supostos revolucionários anticomunistas.

Reilly foi oficialmente executado no dia 5 de novembro de 1925. A ordem para a execução teria vindo diretamente de Stalin e teria sido confirmada por outros agentes infiltrados. Porém, em 1932, Pepita Bobadilla, que era esposa de Reilly, afirmou que o marido ainda estava vivo. Ainda hoje, é difícil afirmar quantos e quais dos seus feitos foram reais.

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