Kwanzaa: a celebração de fim de ano que preserva raízes africanas

21/12/2022 às 12:002 min de leitura

Celebrado entre os dias 26 de dezembro e 1 de janeiro, o Kwanzaa é uma tradição africana que representa uma experiência cultural de reconhecimento das conquistas de povos negros. Iniciado em meados de 1966, o evento resgata elementos históricos da colonização e mostra como a influência do catolicismo impactou as crenças e religiões nativas em regiões dominadas pelo estrangeiro.

O termo Kwanzaa vem da língua suaíli e significa "os primeiros frutos". Sua ideia visa recuperar e preservar as raízes das comunidades afro-americanas e pan-africanas, combinando-as com ideias que prevaleçam nas normas sociais modernas. Aberta para todas as pessoas que compartilham valores e virtudes da fundação, a cerimônia de fim de ano se destaca pela forte identidade de orgulho racial e comunhão, sendo celebrada em todo o mundo.

Desde suas primeiras edições, quando o professor de estudos africanos Dr. Maulana Karenga iniciou a festa, durante a segunda metade dos anos 1960, símbolos de impacto global foram incorporados, como o castiçal de celebração. Foi formulada uma espécie de estrutura, onde famílias e comunidades organizam diversas atividades e se baseiam nos princípios do Nguzo Saba, tese que compila os princípios da vida comunitária e práticas culturais dos africanos.

Outras inspirações por trás do feriado relativamente novo são movimentos sociais como o Black Arts Movement e o Black Freedom Movement. Criados em resposta às consequências da Rebelião de Watts, essas iniciativas tiveram como motivações a luta contra o racismo e contra a opressão sistêmica, gerando indivíduos capazes de renovar seu sentimento de orgulho contra anos de escravismo, preconceito e violência física e simbólica.

(Fonte: Getty Images / Reprodução)(Fonte: Getty Images / Reprodução)

Confira abaixo os sete princípios do Nguzo Saba que oferecem orientação contínua não apenas durante os dias de final de ano, mas também para a vida em termos individuais e coletivos:

  1. Umoja (Unidade) — Manter a unidade na família, na comunidade e na nação (26 de dezembro);
  2. Kujichagulia (Autodeterminação) —  Definir e falar por nós mesmos, em vez de ser definido ou deixar os outros falarem por si (27 de dezembro);
  3. Ujima (Trabalho e responsabilidade coletivos) —  Trabalhar coletivamente para construir a comunidade e resolver problemas (28 de dezembro);
  4. Ujamaa (Economia cooperativa) — Apoiar negócios e esforços empresariais para que as comunidades possam prosperar (29 de dezembro);
  5. Nia (Propósito) — Fundamentar o trabalho e esforços coletivos com o propósito de restaurar a grandeza tradicional (30 de dezembro);
  6. Kuumba (Criatividade) — Gerar beleza por meio de esforços criativos e artísticos que estabeleçam benefício mútuo para a comunidade (31 de dezembro);
  7. Imani (Fé) — Ter fé no poder da comunidade para ser resiliente mesmo durante a luta por justiça (1 de janeiro).

A importância do castiçal no Kwanzaa

Conhecido como Kinara, o castiçal da celebração consiste em um adorno simbólico com sete velas — três vermelhas à esquerda, três verdes à direita e uma preta no centro. Essas seriam as cores que representam o pan-africanismo, com a vermelha indicando o sangue derramado pelos povos africanos, a verde as abundâncias de terra no continente e a preta a união da comunidade.

Essa festividade não é de caráter exclusivamente religioso, mas sim é uma comemoração à negritude, à identidade de raça e ao reconhecimento do próprio indivíduo. Curiosamente, ela não possui nenhuma relação com as reuniões de Natal e Ano Novo e, muitas vezes, ocorrem em paralelo, com membros se juntando às famílias ou amigos para festejar os tradicionais eventos de dezembro.

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