Guantánamo: 120 anos de domínio dos EUA na baía cubana

23/02/2023 às 09:402 min de leitura

No começo dos anos 2000, o mundo ficou chocado quando terroristas atacaram os Estados Unidos, derrubando as Torres Gêmeas do World Trade Center e até mesmo tentando destruir o Pentágono.

Em resposta a estes terríveis crimes, o governo do país norte-americano bolou uma estratégia também terrível: a construção do Campo de Detenção da Baía de Guantánamo, uma prisão onde as leis dos EUA não têm nenhuma validade.

O inferno de Guantánamo

aO campo de Sandoval, em Guantánamo, na época da Guerra Hispano-Americana. (Fonte: Getty Images)

A história da prisão, também conhecida simplesmente como Guantánamo, GTMO ou Gitmo, está baseada em um domínio de 120 anos dos Estados Unidos sobre uma baía na ponta sudeste da ilha cubana.

Exatamente em 23 de fevereiro de 1903, com o fim da guerra entre os EUA e a Espanha, os norte-americanos libertaram Cuba do controle espanhol exigindo para si o acesso à área da Baía de Guantánamo. Assim, Cuba permanecia sendo um país soberano, mas devia ceder aos EUA aquele pequeno território.

Tudo foi acertado em um contrato, o Acordo de Arrendamento de 1903, sem data de validade, assinado nesse fevereiro de 1903 com uma segunda parte sendo firmada cinco meses depois. Segundo ele, a recém-independente República de Cuba cederia a baía de Guantánamo para a construção de estações navais dos EUA e definiria as fronteiras e outros usos do território, além de um valor de "aluguel" pela ocupação: 2 mil dólares em moedas de ouro anualmente.

Um novo tratado, esse de 1934, reforçou o arrendamento de Guantánamo e atualizou o valor anual pago pela ocupação para US$ 4.083, o que nunca mais foi corrigido. Após a Revolução Cubana de 1959, o governo de Fidel Castro passou a pedir a devolução do território, o que nunca aconteceu. Cuba nunca mais aceitou receber o valor — simbólico, nessa altura — pago pelos EUA.

120 anos de opressão

aMapa de Cuba com a baía de Guantánamo. (Fonte: Getty Images)

Como apontou o historiador José Sánchez Guerra durante o Encontro Teórico: 120 Anos da Presença Militar Ianque em Guantánamo, residentes da região ainda hoje demonstram resistência aos 120 anos de ocupação estadunidense e têm tal comportamento como parte de sua própria identidade.

Segundo o Granma — o jornal oficial do Comitê Central do Partido Comunista Cubano —, o encontro, que aconteceu na Universidade de Ciências Médicas de Guantánamo, reuniu professores, pesquisadores de ciências sociais e estudantes para discutir os danos causados pelo domínio dos EUA sobre aquela região.

Dentre algumas observações, os participantes apontaram que os Estados Unidos não construíram na baía de Guantánamo apenas uma base naval, mas, também, uma prisão ilegal. Além disso, também foram ressaltados os impactos que a atuação norte-americana no local vem causando problemas à fauna e à flora da região.

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