5 fatos incríveis sobre as pinturas de Johannes Vermeer

O pintor Johannes Vermeer viveu entre 1632 e 1675, período em que a Holanda, país onde nasceu e morou, vivenciava a sua idade de ouro. O artista é um dos principais nomes do barroco holandês e se destaca por apresentar obras ricas em detalhes únicos. Confira, agora, 5 fatos interessantes sobre Vermeer e seus principais trabalhos.

1. A vida que Vermeer levou ainda é um mistério

O Geógrafo, obra de 1669. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)

Ao que tudo indica, Vermeer parece ter levado uma vida modesta, deixando para a posteridade uma série de dúvidas a seu respeito. Não se sabe, por exemplo o que o teria levado ao universo da pintura ou mesmo quem teria sido seu mestre, fazendo com que exista a hipótese que ele tenha sido autodidata.

Sabemos hoje que houve períodos onde Vermeer pintava por encomenda, indicando que trabalho era apreciado por mecenas. A presença de mapas, a figura do astrônomo e do geógrafo em suas pinturas também são tidas como marcas de seus interesses pessoais.

Fora de Delft, entretanto, Vermeer não era tão famoso, fazendo com que seu nome fosse relativamente desconhecido até meados do século XIX.

2. Nem todas as suas obras foram encontradas

A Aula de Música, obra de 1662. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)

Nos últimos anos de sua vida, Vermeer passou por grandes dificuldades financeiras. Após ele morrer, com 43 anos, deixando para trás sua esposa, suas obras chegaram a ser vendidas no esforço de liquidar parte das dívidas que ele havia deixado.

Diferente do ocorrido com outros artistas, não foram encontrados rascunhos deixados para trás. Mas ainda assim, foram poucas as pinturas encontradas do holandês, que produziu poucas obras. Graças à investigação do jornalista Etienne-Joseph-Théophile Thoré e do pesquisador John Michael Montias, hoje temos pelo menos 34 pinturas identificadas.

Pesquisadores ainda acreditam que é possível que novas obras possam ser encontradas futuramente, já que elas podem ter sido atribuídas a outros artistas do período.

3. Há presença de elementos realistas na pintura

Moça Lendo Uma Carta à Janela, 1657-1659. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)

Em suas pinturas, além da perspectiva tridimensional, há riqueza de detalhes e apresentação de cenas aparentemente corriqueiras e com presença feminina em sua maioria. Isso não significa que Vermeer não tenha recorrido à distorção de objetos para obter o efeito desejado na pintura.

Mas forma geral, as obras ressaltam a predileção de Vermeer pela perspectiva realista, resultando num trabalho em que é possível se admirar com o efeito das camadas de cores na representação do efeito da luz sobre diferentes objetos.

Em Moça Lendo Uma Carta à Janela (1657-1659), por exemplo, apesar de o foco estar voltado para a figura feminina, a cortina é um dos elementos que se destaca, parecendo até mesmo ter sido colocada para provocar no observador o desejo de puxá-la para ver mais do cômodo.

4. A obra mais famosa também é alvo de estudo

Moça com Brinco de Pérola, 1664-1667. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)

Em Moça com brinco de pérola, obra mais famosa e considerada do gênero tronie, em que é apresentada uma figura desconhecida em trajes elegantes, os detalhes ganham vida, a exemplo do lenço dourado e da expressão facial marcante.

Como consequência direta da busca de Vermeer pelos melhores pigmentos para utilizar em suas pinturas, temos em evidência o azul ultramarino, que é dificilmente encontrado em outras obras e era considerado mais valioso que o ouro.

Pesquisadores também examinaram a fundo o trabalho, descobrindo novos detalhes nas camadas de pintura, como a cortina na cor originalmente verde, que teve o tom modificado em virtude da passagem do tempo, a revisão no formato da orelha e a presença de cílios na figura central, apesar de não serem perceptíveis a olho nu.

A técnica de pintura adotada por Vermeer impressiona por conferir até mesmo textura ao tecido, deixando-o com aspecto bastante realista.

5. Obras de Vermeer são ricas em simbologias

A Leiteira, 1658-1659. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)

A presença da fé católica é recorrente nas obras, ainda que nem sempre se faça evidente com um primeiro olhar, o que é justificada tanto pela cosmovisão do artista quanto pela demanda do período, uma vez que as cenas bíblicas possuíam alto valor. Já na segunda fase de seu trabalho, as representações da vida doméstica são frequentes na obra de Vermeer.

Ainda assim, as simbologias observadas em suas obras são as mais diversas, já que na falta de escritos deixados por Vermeer, muito se especula sobre seus possíveis significados. 

Em A Leiteira (1658-1659), por exemplo, temos a presença de elementos que remetem à pureza, como o leite, e a própria postura da mulher e dos objetos e alimentos dispostos sobre a mesa, fazendo com que ela seja apresentada numa perspectiva positiva e virtuosa.