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06/10/2023 às 11:00•2 min de leitura
Um documentário lançado recentemente joga nova luz à Santa Marina, santa católica que se disfarçou de monge para poder ingressar num mosteiro. Segundo Leide Jacob, a diretora do filme (que é um curta-metragem), a obra "traz uma oportunidade de a igreja revisitar esse passado e de recontar essas histórias", afirmou ao site Jornalistas Livres.
O filme tem causado alguma polêmica e recebeu uma nota de repúdio da Arquidiocese de São Paulo.
(Fonte: Wikipedia)
Santa Marina viveu no século VI, no Líbano. Órfã de mãe, ela foi criada pelo pai, que era um cristão fervoroso que resolveu ingressar num mosteiro quando ficou viúvo. O homem, que se chamava Eugênio, colocou sua filha sob os cuidados de um parente.
No mosteiro, Eugênio sentia saudade de Marina. Ao ser consultado pelo abade, ele falou que tinha preocupação com o filho, não revelando que se tratava de uma menina. O abade então sugeriu que ele trouxesse a criança até o mosteiro. Feliz com a possibilidade, o pai convidou Marina, que prontamente aceitou.
Eugênio então cortou os cabelos da filha, vestiu-a com o hábito monástico e passou a tratá-la como Marino. Aos 14 anos, a jovem ingressou no mosteiro e consagrou sua virgindade a Deus. Passou a ser criada pelo pai e pelos monges no local, dedicando-se à oração e à caridade.
Seu pai faleceu quando ela tinha 17 anos. Mas Marina resolveu seguir com sua consagração. Para isso, manteve sua identidade sob segredo.
(Fonte: Wikipedia)
Os monges costumam viajar e dormir na hospedaria de uma família conhecida. Neste local, a filha do dono tinha um relacionamento secreto com um soldado, e acabou engravidando. Para protegê-lo, a moça acusou o monge "Marino" de tê-la violado e tirado sua virgindade.
Marina ouviu a acusação, mas não se defendeu (o que poderia ser feito facilmente, caso revelasse ser mulher), e sofreu as consequências. O abade expulsou-a do mosteiro e ela passou a viver no relento, pedindo esmolas e aguentando as humilhações sofridas por conta da calúnia.
Quando a jovem deu à luz, entregou a criança a "Marino" exigindo que ele assumisse a responsabilidade. Sem questionar, Marina recebeu o bebê e o alimentava com as esmolas que recebia. Depois de três anos nas ruas, Marina e o menino foram aceitos novamente no mosteiro, mas passaram a executar as tarefas mais pesadas e humilhantes no local.
Quando morreu subitamente, o abade teria dado uma declaração: “Vede, tão grande foi o pecado que Deus não lhe aceitou a penitência”. Por conta disso, ordenou que o corpo do monge fosse sepultado sem honras e afastado do mosteiro.
Foi apenas ao preparar o corpo para o sepultamento que as pessoas descobriram que o monge era mulher e, portanto, não poderia ser o pai da criança. Toda a comunidade se estarreceu, incluindo o abade, por ter sido injusto com Marina. Ele então ordenou que seu corpo fosse trazido e exposto para veneração. A caluniadora se arrependeu de seus pecados, o que foi considerado como a primeira graça concedida por Santa Marina.