4 coisas que os filmes de ação te ensinaram errado

O cinema é uma boa fonte de conhecimento. Grande parte do que sabemos sobre países, pessoas e até sobre os esportes vem daquilo que vimos em filmes. Contudo, no que diz respeito aos filmes de ação, pode ser que você tenha aprendido muita coisa errada.

É até compreensível, já que, nesse tipo de filme, é preciso criar combates violentos e lutas mirabolantes com golpes impressionantes, e que tragam o máximo de emoção para a plateia. O problema é que, muitas vezes, isso difunde conceitos errados sobre certas mecânicas que não funcionariam na vida real.

1. Em grupos grandes, os lutadores não atacam um por um 

Quem viu Kill Bill 1 provavelmente prendeu a respiração em uma das cenas finais do filme, quando Beatrix Kiddo enfrenta (sozinha!) os The Crazy 88. São 88 membros do exército pessoal de O-Ren Ishii que avançam, um a um, para tentar matar a lutadora.

Mas saiba que é um clichê bem batido dos filmes de ação. No mundo real, jamais um grupo de inimigos foi educado o suficiente para seguir em fila e lutar com o mocinho ou mocinha do filme. A cena, inclusive, repete uma mecânica que costumava ser usada nos filmes de Bruce Lee, que também sempre conseguia derrotar os grandes grupos.

2. Os silenciadores não são assim tão silenciosos

É comum que nos filmes de ação apareçam armas com silenciadores, geralmente usadas por espiões ou agentes secretos que querem matar alguém sem fazer nenhum barulho. Mas, na vida real, essa tecnologia não funciona bem assim.

De modo geral, o barulho gerado por um tiro de uma pistola atinge entre 140 dB e 180 dB. Só para você ter uma ideia do que isso significa, uma buzina de carro costuma ter cerca de 110 dB. 

Já uma pistola com um silenciador bem moderno vai produzir um ruído de cerca de 35 dB. Ou seja: um tiro dado com esse tipo de equipamento vai suprimir um pouco o barulho, mas não exatamente silenciá-lo.

3. Não é fácil levar um soco no nariz

Em filmes com lutas marciais, é bem comum esse tipo de cena: um herói enfrenta um vilão, apanha absurdamente, mas termina vencendo a luta. Para dar mais drama, ele leva golpes violentos que o incapacitam, como um soco no nariz ou no olho que o deixa cego por um tempo. 

Esse tipo de cena aparece, por exemplo, em O Grande Dragão Branco, clássico de Jean-Claude Van Damme realizado em 1988. O personagem leva vários tipos de golpes, incluindo um forte soco no nariz, mas segue de pé até derrotar o inimigo.

Na vida real, isso jamais ocorreria. Traumas desse tipo causariam muito mais danos e impossibilitariam a sequência do combate. Um soco no nariz, além da dor insuportável da quebra dos ossos, causaria uma enxurrada de sangue que não seria nada bonito de ver no cinema.

4. Lutas corporais são muito cansativas

Os filmes de luta, por razões óbvias, tendem a estender os combates em longos minutos em que os competidores permanecem em pé. Mesmo machucados, eles seguem ali capazes de dar mais um gás para tentar derrubar o oponente.

Isso é totalmente irreal. O corpo humano é relativamente frágil, e bater e sofrer concussões gasta uma energia absurda que nem o mais preparado dos lutadores consegue suportar por muito tempo. Outra coisa: se os filmes de ação fossem reais, teríamos muito mais personagens cegos e surdos por conta dos golpes sofridos.

5. As armas não explodem as pessoas

As armas, dependendo do tipo e do calibre, podem ser bem poderosas. Mas não é verdade que elas conseguem derrubar ou até explodir as pessoas, como é mostrado nas cenas de alguns filmes de ação.

Na verdade, elas costumam atravessar o corpo ou ficar alojadas na carne. Para que uma pessoa seja derrubada pela força de uma arma, é preciso de um calibre extremamente alto. Mas, se fôssemos confiar o que é exibido em filmes como Blade e John Wick, provavelmente nunca saberíamos disso.