Estilo de vida
13/09/2024 às 21:00•3 min de leituraAtualizado em 13/09/2024 às 21:00
Os filmes de Hollywood adoram retratar o mergulho como uma atividade cheia de adrenalina, com tubarões perigosos, explosões subaquáticas e heróis nadando a toda velocidade no fundo do mar. Clássicos como Jaws, Thunderball e Into the Blue, por exemplo, moldaram a maneira como muitos enxergam o mundo subaquático.
Mas, embora o mergulho seja de fato uma atividade cheia de emoção e descoberta, a realidade é bem diferente da ficção cinematográfica. Aqui estão cinco coisas que os filmes sempre mostram de forma errada sobre o mergulho, e o que realmente acontece quando você está debaixo d’água.
Se um personagem está debaixo d'água em um filme, não demora muito para que um tubarão apareça, certo? Inclusive, são vários os filmes que reforçaram a ideia de que tubarões são os maiores inimigos dos mergulhadores. A realidade, no entanto, é bem menos assustadora.
De acordo com estatísticas, ataques de tubarão são extremamente raros, e ainda mais raros quando se trata de mergulhadores. Na verdade, muitos mergulhadores consideram um avistamento de tubarão o ponto alto de um mergulho. Esses animais são criaturas majestosas, e respeitá-los é mais importante do que temê-los. Como dizem por aí, no mar, nós somos os intrusos.
Nos filmes, os mergulhadores parecem nadar rápido como super-heróis. Pernas batendo rápido e atravessando o oceano em poucos segundos. Um ótimo exemplo é em Thunderball, onde a edição acelerada transforma o mergulho em uma cena de ação intensa. Mas, na vida real, a coisa é bem diferente.
Mergulhar é uma atividade que requer calma e controle. Quanto mais devagar você se mover, mais oxigênio você economiza e mais tempo pode ficar submerso. Além disso, movimentos lentos permitem que os mergulhadores apreciem melhor a vida marinha ao seu redor.
Em um episódio recente de NCIS, os investigadores concluem que um mergulhador da Marinha planejava ir muito fundo porque estava usando nitrox, uma mistura de ar enriquecido com oxigênio. A cena sugere que nitrox é ideal para mergulhos profundos, mas, na verdade, é o oposto!
Nitrox contém mais oxigênio do que o ar comum, e isso ajuda os mergulhadores a ficarem mais tempo em profundidades moderadas, já que seus corpos absorvem menos nitrogênio. No entanto, o uso de nitrox em grandes profundidades pode ser perigoso por causa da toxicidade do oxigênio. Ou seja, quanto mais fundo você vai, mais cuidado precisa ter com o tipo de gás que está respirando.
Nos filmes, se um avião ou navio afunda, o herói logo coloca um tanque de mergulho e vai direto explorar. Em Into the Blue, por exemplo, os protagonistas mergulham em busca de tesouros nas profundezas. Mas a realidade é bem mais limitante.
Os oceanos são extremamente profundos, e apenas uma pequena fração de suas águas está em uma profundidade acessível para mergulhadores recreativos. A maioria dos objetos afundados que vemos nos filmes provavelmente está muito mais fundo do que qualquer mergulhador comum pode alcançar com segurança.
Um dos clichês mais perigosos dos filmes de mergulho envolve explosões subaquáticas. Em Thunderball, James Bond sobrevive a várias granadas. Em Into the Blue, Paul Walker escapa de uma explosão subaquática ileso. E Um Amor de Tesouro leva isso ao extremo, com Matthew McConaughey sendo arremessado para fora da água por uma explosão.
Na vida real, uma explosão debaixo d'água seria fatal. Embora o estilhaço se mova mais lentamente na água, o impacto da pressão causada pela explosão é muito mais intenso devido à densidade do líquido. Portanto, ao contrário dos heróis do cinema, os mergulhadores da vida real não sairiam dessa com vida.