Artes/cultura
15/09/2024 às 03:00•2 min de leituraAtualizado em 15/09/2024 às 03:00
Não há dúvida que Adolf Hitler foi um dos piores genocidas da história da humanidade. Seu projeto, colocado em prática durante a sua gestão, foi responsável pela morte de pelo menos 8 milhões de judeus.
Claro que, para conseguir concretizar essa terrível façanha, Hitler precisou contar com aliados, que estiveram do seu lado até o fim. O mais conhecido talvez seja seu ministro da propaganda, Joseph Goebbels. Mas outro comparsa, não tão popular, foi o tenente-coronel Otto Skorzeny, especialista em operações especiais durante a Segunda Guerra Mundial, que era considerado pelos Aliados como "o homem mais perigoso da Europa".
De origem humilde, Otto Skorzeny enfrentou, com sua família, a depressão econômica que acometeu a Áustria depois da derrota na Primeira Guerra Mundial. Seus pais enfrentaram o desemprego e o filho foi educado para viver de uma forma muito econômica.
Na escola, lutou esgrima, o que fez com que ganhasse uma grande cicatriz no rosto, que passou a caracterizá-lo. Skorzeny se formou em engenharia na Universidade de Viena em 1931. Mas, logo depois, começou a seguir um caminho que o tornaria um dos homens mais perigosos da história.
Embora seus pais fossem opositores ferrenhos ao Partido Nazista Austríaco, Skorzeny se juntou a ele, motivado pela frustração que sentia com a situação precária da Áustria. Em 1934, ele vai parar na Sturmabteilung, a organização paramilitar do Partido.
Depois de chamar a atenção por seus serviços, Otto Skorzeny se junto à unidade que fazia a segurança pessoal de Hitler. A partir de então, foi ganhando mais destaque dentro do Partido Nazista e logo se tornou chefe das unidades especiais da Alemanha, a SS Jagdverbände. Em pouco tempo, ele se tornaria o comandante preferido do führer.
Otto Skorzeny ganhou reconhecimento internacional por conta de uma missão de resgate: ele salvou o ditador Benito Mussolini ao comandar a Operação Carvalho, em que paraquedistas alemães o libertaram durante a Segunda Guerra Mundial, quando ele estava preso. O plano foi articulado quando Skorzeny conseguiu identificar o local de sua última detenção na Itália e elaborou uma ação mirabolante para resgatá-lo.
Sua última grande missão na Segunda Guerra Mundial ocorreu foi durante a Batalha de Ardenas, em 1944. Ele estava no comando da Operação Greif, em que alemães que falavam inglês se vestiram como americanos e usaram tanques disfarçados para chegar até a linha de frente dos Aliados.
Apenas dez dias depois da morte por suicídio de Hitler, Otto Skorzeny finalmente se rendeu aos americanos. Em 1947, ele foi julgado em Dachau por seus crimes de guerra. Mesmo tendo sido absolvido, o comandante permaneceu como prisioneiro de guerra, já que respondia a acusações de outros países, mas fugiu com ajuda dos colegas nazistas.
Com o fim da guerra, Skorzeny atuou como agente do serviço secreto israelense, o Mossad. Durante esta fase, ele teria matado várias pessoas, incluindo o cientista alemão Heinz Krug, que era especialista em foguetes e estaria trabalhando em armas que seriam usadas contra Israel.
Mais tarde, foi para a Argentina, onde conheceu o presidente Juan Péron e tornou-se segurança de sua esposa, Eva Perón. Em 1959, Skorzeny foi para a Irlanda e comprou uma fazenda. Seus últimos dias foram passados em Madri, onde morreu de câncer em 1975. Centenas de ex-nazistas compareceram ao seu funeral.