Ciência
29/07/2024 às 11:00•3 min de leituraAtualizado em 29/07/2024 às 11:00
As eleições para presidência são sempre um momento político crucial na vida social de um país. Afinal, os resultados do pleito vão impactar diretamente nos rumos do futuro de uma população.
Contudo, muitas vezes o processo de eleição envolve episódios bizarros e que acabam deixando sua marca na história, nem sempre de uma maneira positiva. Contamos aqui 4 casos de disputas polêmicas que nos falam sobre ambição, corrupção eleitoral e outros tipos de situações indesejáveis.
Em 2000, a eleição presidencial dos Estados Unidos foi marcada por fortes turbulências, presentes na disputa entre os candidatos George W. Bush e Al Gore, que concorriam pelos resultados dos colégios eleitorais do país. Nesse ano, os 25 votos eleitorais do estado da Flórida foram decisivos, e envolveram uma boa dose de polêmica.
Isso porque as famosas “hanging chads”, que são aquelas cédulas de papel parcialmente perfuradas, causaram uma grande confusão na hora da contagem dos votos. Os resultados oscilaram para ambos os candidatos em momentos diferentes, com Gore saindo na frente, mas tendo depois que assistir à liderança de Bush.
Isso levou a inúmeras recontagens dos votos e várias contestações legais sobre a validade das cédulas, levando o caso para a Suprema Corte dos Estados Unidos, que finalmente concedeu a presidência a George W. Bush. Essa eleição foi marcada pelas duras críticas ao sistema eleitoral americano, que foi considerado vulnerável nessa ocasião.
Em 1986, a eleição presidencial nas Filipinas acabou dando margem ao levante da Revolução do Poder Popular no país, que tirou o presidente Ferdinand Marcos do poder depois de 20 anos. Ele havia assumido em 1965 e declarado lei marcial em 1972. No ano de 1986, Marcos proclamou a vitória em meio a alegações generalizadas de fraude, o que provocou a indignação pública.
Por conta disso, entre 22 a 25 de fevereiro, milhões de filipinos foram às ruas estimulados por religiosos e militares desertores. Foram manifestações pacíficas, mas que forçaram Ferdinand Marcos a fugir com sua família para o Havaí. A candidata Corazón Aquino foi empossada então como presidente, pondo fim a duas décadas de um governo autoritário no país.
As eleições presidenciais de 2007 no Quênia foram marcadas por ocorrências violentas. O presidente Mwai Kibaki foi declarado vencedor sobre o candidato da oposição Raila Odinga, mas havia muitas acusações de fraude eleitoral. Por conta disso, o anúncio de sua vitória desencadeou imediatamente protestos que acarretaram violência brutal contra os kikuyu, o grupo étnico de Kibaki, e os luo, grupo que apoiou amplamente Odinga.
O resultado foram mais de 1.100 mortes. Foi necessária uma mediação internacional feita pelo ex-secretário geral da ONU Kofi Annan. Ele negociou uma partilha de poder: Kibaki permaneceu como presidente do país e Odinga foi nomeado primeiro-ministro. No entanto, as eleições ressaltaram as divisões étnicas presentes no Quênia e trouxeram a reivindicação de processos eleitorais mais transparentes.
Mais recentemente, em 2017, as eleições presidenciais em Honduras foram também marcadas por acusações de fraude. O presidente Juan Orlando Hernández tentava a reeleição, ainda que houvesse limites constitucionais para o fim do seu mandato no país.
A princípio, o candidato da oposição Salvador Nasralla parecia estar na frente nas pesquisas, mas isso mudou durante a contagem de votos, o que causou duras acusações de manipulação eleitoral.
A questão levou a protestos em massa da população, resultando em confrontos violentos e mortes. Mesmo com vários indícios de irregularidades, os Estados Unidos reconheceram a reeleição de Hernández, o que acarretou uma profunda instabilidade política em Honduras e desacreditou todo o seu processo eleitoral.