O que causou a queda do Império Romano?

06/07/2024 às 10:002 min de leituraAtualizado em 06/07/2024 às 10:00

A queda do Império Romano é um dos eventos mais significativos da história ocidental, marcando o fim de uma era e o início de uma nova fase na Europa. Embora muitos apontem 476 d.C. como a data definitiva do colapso, o declínio de Roma foi um processo gradual influenciado por diversos fatores internos e externos.

Crescimento e início da queda

A morte de Marco Aurélio e a ascensão de Cômodo marcaram o início da queda do Império Romano. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
A morte de Marco Aurélio e a ascensão de Cômodo marcaram o início da queda do Império Romano. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Roma começou como uma pequena vila na Itália central em 753 a.C. e, ao longo dos séculos, transformou-se em uma poderosa república. Por meio de conquistas militares, como as Guerras Púnicas contra Cartago e as campanhas de Júlio César na Gália, Roma expandiu suas fronteiras, dominando grande parte da Europa, Norte da África e partes do Oriente Médio. O período conhecido como "Pax Romana", que durou até o final do reinado de Marco Aurélio, foi marcado por relativa paz e prosperidade, com avanços significativos em engenharia, arte e legislação.

Após a morte de Marco Aurélio em 180 d.C., o Império Romano entrou em um período de crescente instabilidade e crise, começando com o governo corrupto e despótico de Cômodo (180-192 d.C.), seguido pelo tumultuado Ano dos Cinco Imperadores em 193 d.C. Sétimo Severo, que ascendeu durante essa confusão, trouxe temporária estabilidade por meio da Dinastia Severa (193-235 d.C.), mas a era foi marcada por lutas internas e pressões externas.

A Crise do Século III (235-284 d.C.) agravou a situação com uma rápida sucessão de imperadores, guerra civil, invasões bárbaras e uma profunda crise econômica, exacerbada por inflação descontrolada e colapso do comércio, resultando na necessidade urgente das reformas de Diocleciano para salvar o império.

Divisão do Império e seus efeitos

A divisão realizada por Diocleciano contribuiu para o enfraquecimento do Império Romano. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
A divisão realizada por Diocleciano contribuiu para o enfraquecimento do Império Romano. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Para enfrentar os desafios administrativos e militares crescentes, Diocleciano dividiu o Império Romano em Ocidente e Oriente em 285 d.C. Contudo, enquanto o Oriente, com sua capital em Constantinopla, florescia como um centro comercial e cultural, o Ocidente enfrentava pressões cada vez maiores de invasões bárbaras e dificuldades econômicas crescentes. Essa divisão contribuiu significativamente para o enfraquecimento gradual do império ao longo dos séculos seguintes.

A ascensão do cristianismo como religião oficial sob Constantino no início do século IV trouxe mudanças culturais profundas que se entrelaçaram com esses desenvolvimentos. Enquanto o cristianismo ganhava aceitação, as invasões bárbaras se intensificavam, destacando a vulnerabilidade militar do império.

A Batalha de Adrianópolis em 378 d.C., onde os visigodos derrotaram o exército romano, foi um ponto de virada significativo. As invasões subsequentes, como o saque de Roma por Alarico em 410 d.C. e a deposição do último imperador romano do Ocidente por Odoacro em 476 d.C., assinalaram o colapso final do Império Romano, encerrando um período de influência cultural e política duradoura na Europa.

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