O que são as discotecas silenciosas e qual é a importância social da dança e da sincronia?

24/05/2024 às 10:002 min de leituraAtualizado em 24/05/2024 às 10:00

Quando você vai para uma festa e há um DJ ou músicos tocando, todas as pessoas estão lá ouvindo as mesmas canções e dançando num ritmo parecido — é uma experiência coletiva. Uma experiência que atrai milhões de pessoas em todo o mundo, pois o que não faltam são baladas, salões de festas e casas de shows por aí. 

Por outro lado, também existem formas bem menos barulhentas de participar dessa diversão: as discotecas silenciosas nasceram nos anos 1970, como forma de "driblar" as leis de silêncio em algumas cidades. Na época, cada um chegava com seu Walkman e ouvia as músicas que queria — mas todos dançavam juntos. 

Depois de um tempo, criou-se uma maneira de ter DJs tocando as mesmas músicas, mas com cada pessoa ouvindo em seu fone, por canais de rádio. E nos anos 2000, em alguns lugares, foram realizados até festivais silenciosos, com músicas de diversos artistas sendo transmitidas por canais diferentes. 

Essas festas talvez pareçam estranhas para você. Afinal, qual a graça de dançar em uma pista silenciosa, com seus fones de ouvido, como se você estivesse na sua própria casa? Para muita gente, não tem nada melhor. 

A questão é que, independente disso, as chamadas discotecas silenciosas trazem importantes possibilidades para pesquisas científicas sobre a sincronia e as dinâmicas sociais da música e dança. Não é por nada que tanta gente gosta de dançar junto! 

A diferença que faz dançar juntos

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Qual é a graça de dançar em uma pista silenciosa? (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Já foram feitos diversos estudos sobre os efeitos da sincronia nos seres humanos — isto é, as implicações sociais de fazer movimentos sincronizados, como dançar juntos. 

Em alguns estudos, os cientistas descobriram que lembramos melhor das pessoas se nós dançamos com elas. Outros nos mostraram que a dança sincronizada estimula o sistema de geração de endorfina, que está ligado às emoções positivas.

Em outras experiências mais recentes, os cientistas colocaram pessoas para dançar em pares com a mesma música. Porém, para testar os efeitos da sincronia, eles colocavam um pequeno atraso em um dos fones — sem que os objetos do estudo soubessem, é claro. 

Mesmo sem saber desse detalhe, os participantes saíam mais satisfeitos e trocavam bem mais olhares entre si quando seus fones estavam sincronizados. Ou seja, ter exatamente a mesma experiência ao mesmo tempo, faz, sim, diferença para as pessoas. 

As pessoas parecem gostar mais das outras quando estão se movimentando em sincronia. Isso foi observado tanto em pesquisas com discotecas silenciosas como em testes mais simples, de tamborilar os dedos ao mesmo tempo.

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Lembramos melhor das pessoas se nós dançamos com elas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Essa necessidade de sincronia nos seres humanos também foi muito perceptível na pandemia: assistir às lives de artistas proporcionavam um sentimento de conexão social maior do que ver o mesmo show gravado, em outro momento. Mesmo à distância, há alguma coisa especial em saber que outra pessoa está tendo a mesma experiência que você, ao mesmo tempo. 

Alguns pesquisadores afirmam que sincronizar seus movimentos e experiências com os outros ajuda a reduzir o estresse, liberando endorfinas. E se você colabora para reduzir o estresse de quem está dançando com você, você está elevando seu status social. Isso acontece desde os primórdios da espécie humana e pode ter sido importante em nossa jornada evolutiva. 

Sendo assim, por mais que você não goste de ambientes muito barulhentos — ou não entenda a ideia de dançar numa festa com fones — é impossível negar que a música e a dança ajudam as pessoas a se conectarem. A ciência já comprovou a importância social da sincronia. 

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