Ciência
28/11/2017 às 14:11•2 min de leitura
Como você sabe, apesar das incertezas, os planos de um dia enviar colonizar Marte nunca foram completamente engavetados. Tanto que existem pesquisadores empenhados em encontrar soluções para garantir a sobrevivência de quem decida se arriscar nessa empreitada.
Nesse sentido, segundo Michelle Starr, do site Science Alert, cientistas da NASA descobriram que as minhocas aparentemente poderiam sobreviver no solo de Marte. Os pesquisadores desenvolveram uma “terrinha” que simula a composição da marciana, adicionaram fertilizantes, plantaram alguns pés de rúcula, jogaram umas minhoquinhas na mistura e descobriram que as danadas não só permaneceram vivas durante o experimento, como tiveram “filhotes”.
O solo usado na pesquisa foi desenvolvido a partir de dados coletados por sondas espaciais e exploradores que foram enviados a Marte para vasculhar seu terreno ou orbitar ao seu redor. Sua composição e textura são o mais próximo possível às do solo encontrado no Planeta Vermelho, e o material foi originalmente desenvolvido para ajudar os pesquisadores a entender como a poeira e o terreno marcianos podem afetar os equipamentos enviados até lá.
Plantinhas cultivadas em "solo marciano" (Science Alert/Wieger Wamelink/Wageningen University & Research)
De acordo com Michelle, esse material é bastante diferente do solo encontrado naturalmente aqui na Terra, uma vez que ele não contém matéria orgânica — ela foi adicionada durante o experimento —, mas, nos últimos anos, os cientistas encontraram novas alternativas de uso para o preparado. Afinal, se os planos de colonizar Marte se concretizarem mesmo, será necessário encontrar formas de alimentar a galera que for até lá, né?
Em 2016, o mesmo time de cientistas das minhocas demonstrou que existem plantas terráqueas que podem ser cultivadas (com alguma dificuldade!) em solo marciano, como é o caso de tomates, ervilhas, espinafre, rabanetes e centeio, por exemplo. E agora, com a descoberta de que as bichinhas podem viver — e procriar — nesse ambiente, é possível que esses organismos sejam “escalados” para tornar o solo mais nutritivo e menos compactado.
As descobertas relacionadas com as minhocas e com a possibilidade de cultivar plantas em Marte são bem animadoras. Mas vale lembrar que existem outros desafios a serem vencidos antes que a produção de alimentos seja garantida no Planeta Vermelho. Isso porque, segundo Michelle, os vegetais teriam que ser cultivados em ambientes climatizados que não só os protejam do frio extremo e da radiação, como permita que a água permaneça em estado líquido.
Uma das minhoquinhas que nasceram durante o experimento (Science Alert/Wieger Wamelink/Wageningen University & Research)
Outra dificuldade seria conseguir que as plantas façam fotossíntese de forma eficiente, considerando que Marte recebe o equivalente a cerca de 60% da luz solar que recebemos aqui na Terra e, portanto, os vegetais se desenvolveriam mais lentamente do que aqui no nosso planeta. Sendo assim, os avanços são bem-vindos, logicamente, mas ainda existem muitos problemas a serem resolvidos antes que o grande passo para a colonização planetária possa ser dado.