Ciência
14/04/2018 às 06:00•2 min de leitura
Sabemos muito bem que a água é uma boa condutora de eletricidade, e situações como a da imagem abaixo devem sempre ser evitadas para que acidentes não aconteçam. Mas como os peixes sobrevivem durante uma tempestade com raios? Eles não têm a opção de procurar um abrigo em lugar seco, então como sobrevivem?
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Na verdade, eles podem morrer eletrocutados, mas não é assim tão fácil. O primeiro motivo é que raios não atingem tanto a água. Em 2014, o Periódico de Pesquisa Geofísica publicou um mapa mostrando a localização de onde caíam raios durante um período de 5 anos, e uma das conclusões foi a de que eles atingem 10 vezes mais a terra do que oceanos.
Isso faz sentido pela forma como os raios se formam, de acordo com o Observatório Terrestre da NASA. Os oceanos recebem tanta luz solar quanto as regiões continentais, mas essas se aquecem mais rapidamente, e isso causa uma maior convecção e instabilidade na atmosfera, tornando mais fácil a geração de tempestades com raios e trovões.
Imagem da NASA também mostrando dados sobre incidência de raios
Mesmo com uma baixa incidência, raios atingem a água. Quando isso acontece, a corrente elétrica tende a se propagar somente na superfície, assim como em um metal, deixando a parte interna intacta. Uma massa de água, quando atingida por um raio, funciona como uma gaiola de Faraday, que mantém seu interior livre de corrente elétrica, não importando a intensidade da descarga ao seu redor.
O principal motivo de peixes não morrerem eletrocutados é porque passam a maior parte do tempo abaixo da superfície, não sendo atingidos pela eletricidade gerada pelo raio na superfície. E esse é o mesmo motivo pelo qual devemos sair da água em uma tempestade com raios: ao contrário dos peixes, passamos a maior parte do tempo na superfície, e um raio caindo próximo a alguém nessas condições com certeza provocaria estragos.