Artes/cultura
10/08/2018 às 09:00•3 min de leitura
Seja em filmes ou jogos eletrônicos, você provavelmente já viu um AR-15 em ação. Esse rifle é um dos mais populares nos EUA, onde a venda de armas desse tipo é liberada, com utilização ostensiva em diversos cenários. Mesmo com as primeiras unidades produzidas nos longínquos anos 1960, sua eficiência e versatilidade ainda são suficientes para que siga em uso por forças militares do mundo todo.
A história do famoso rifle começa com seu antecessor, o M1 Garand. Desenvolvido na década de 1930, ele foi utilizado amplamente pelas forças armadas dos EUA como peça fundamental durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, ele ainda participa de cerimônias militares.
Apesar de sua versatilidade, após o fim da Guerra da Coreia, ele começou a mostrar sua defasagem tecnológica em comparação ao rifle AK-47, desenvolvido por Mikhail Kalashnikov. A arma russa, utilizada até hoje, possui um sistema automático alimentado por pentes, função não suportada pelo antigo rifle americano.
Com o intuito de substituir o velho M1 Garand, o Exército dos EUA analisou três possíveis opções para seu uso. O T44E4, que era uma versão atualizada do Garand, o FN-FAL belga e o AR-10, produzido pela ArmaLite e desenvolvido por Eugene Stoner — que possuía muito prestígio como especialista em aviação da Marinha dos EUA, além do título de engenheiro mecânico e de projetos.
O AR-10 utilizava a energia gerada pelo disparo de uma bala de 7,62 mm para eliminar a cápsula utilizada, era feito de alumínio aeronáutico e pesava 3,2 quilos — mais leve que o AK-47 ou o M1 Garand. Mesmo com todas essas qualidades, o Exército americano optou pelo T44, por ser fabricado pela empresa responsável pelo rifle já em uso.
Trinta anos depois, já nos anos 1960, a força aérea dos EUA substituiu suas antigas carabinas M-2 pelo AR-15, uma versão atualizada do AR-10. A recepção foi positiva e, por isso, foram enviadas algumas unidades do rifle para soldados em missão na Guerra do Vietnã.
Esse foi o grande diferencial na adoção do AR-15 pelo Exército americano, pois as reações dos combatentes foram as melhores possíveis. Os elogios à nova arma eram espontâneos, mostrando que em campo ele era extremamente eficiente e fazendo com que, em 1963, o secretário de defesa dos EUA, Robert McNamara, encomendasse 104 mil unidades do rifle, agora nomeado como M-16.
Alguns anos após a adoção do rifle pelo Exército americano, a Colt, fabricante de armas, desenvolveu uma versão semiautomática, possibilitando a venda para o mercado civil dos EUA.
Não se sabe exatamente quantas foram comercializadas até hoje, mas após uma ameaça de limitar o acesso a armas de fogo nos EUA, em 2004, suas vendas aumentaram de forma substancial. Quem possui uma unidade do modelo elogia sua precisão e facilidade de uso, além da possibilidade de adicionar diferentes comprimentos de barril, aumentar a capacidade de cartuchos, incluir mira a laser e lanternas e até personalizar a cor.
A Fundação Nacional de Esportes de Tiro, entidade dos EUA, enquadra o AR-15 como “rifle esportivo moderno”. Os números disponíveis apontam uma produção anual de 1,3 milhão de unidades de armas com essa classificação.
As vendas aumentaram durante a administração de Barack Obama, diante do receio de que houvesse algum tipo de proibição na venda de rifles como o AR-15. A preocupação aconteceu porque, na época, ocorreram diversos incidentes em que atiradores invadiram escolas ou áreas com alta concentração de pessoas, utilizando armas com características semelhantes e matando várias.
O objetivo principal de um rifle como o AR-15 é matar oponentes durante uma batalha; apesar disso, a facilidade de aquisição é muito grande nos EUA. Quem defende a venda de armas de fogo pode listar inúmeros motivos para tal, mas nenhum outro equipamento proporciona, para a população em geral, um efeito destrutivo tão grande com o simples pressionar de um gatilho.
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