Ciência
03/11/2018 às 10:00•2 min de leitura
Seja no gira-gira ou nas famosas xícaras que existem em parques de diversões, é impossível andar em linha reta após alguns minutos nesses brinquedos. Isso se você aguentar tanto tempo. A sensação de enjoo e de que o mundo está rodando é bem desagradável, mas você sabe por que isso acontece?
Não importa a forma: girar repetidamente causa o mesmo efeito no nosso corpo. Quando nos movimentamos controladamente, nossos olhos acompanham o movimento e conseguem lidar com a mudança. Aumentando a velocidade ou girando em torno de um eixo mais instável, torna-se impossível manter um ponto de referência, e aí começam os problemas.
Apesar da visão embaralhada, o principal responsável pela nossa orientação está dentro da nossa cabeça, mais precisamente nos nossos ouvidos. O aparelho vestibular, também conhecido como labirinto, abriga estruturas preenchidas por uma substância gelatinosa. Quando andamos, células sensoriais compostas por pequenos cílios registram as variações que ocorrem no deslocamento desse líquido, indicando ao cérebro que estamos nos locomovendo.
A princípio parece tudo OK, pois com movimentações rotineiras não saímos cambaleando por aí. O grande problema em girar descontroladamente é que submetemos nossa cabeça a um movimento intenso demais, fazendo com que as glândulas responsáveis pelo equilíbrio fiquem desorientadas.
A tontura surge quando interrompemos o movimento do corpo, mas as estruturas do labirinto continuam identificando um desequilíbrio, pois os cílios estão sendo estimulados pela substância gelatinosa que se espalhou por toda a parte. Esse conflito de informações faz com que nosso corpo fique perdido entre os dois estímulos, resultando na desagradável sensação.
Você já deve ter assistido a bailarinas ou patinadoras girando rapidamente no meio de uma apresentação, sem demonstrar nenhum tipo de tontura. Muitas pessoas podem até pensar que isso acontece porque essas profissionais possuem um dom para a atividade, mas tudo não passa de pura técnica.
Repare, no vídeo acima, como a bailarina mantém o olhar fixo em um ponto enquanto gira diversas vezes. Desse modo, o líquido dentro do labirinto se movimenta por apenas um momento, voltando a se manter parado na maior parte do tempo. Isso alivia a sensação de tontura, mas mesmo assim é preciso bastante treino para neutralizar o efeito, a ponto de ele não influenciar a continuidade do espetáculo.
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