Ciência
20/08/2019 às 02:00•2 min de leitura
Que nossa pele é sensível à dor, não é novidade, mas pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, descobriram um novo órgão sensorial que pode detectar estímulos macânicos dolorosos, como perfurações, punções e impactos.
O estudo, publicado na revista Science, descreve como é o novo órgão sensível à dor, como ele se organiza junto com os nervos sensíveis à dor na pele e como a ativação desse órgão produz impulsos elétricos no sistema nervoso que provocam reações reflexas e uma experiência de dor no corpo.
Necessária para a sobrevivência humana, a sensibilidade à dor tem uma função protetora, causando reações reflexas que evitam danos ao tecido, como quando afastamos a mão ao sentir a picada de um objeto ou quando a queimamos. O que os pesquisadores do Instituto Karolinska descobriram é um novo órgão sensorial na pele que é sensível à irritação ambiental perigosa. São células gliais com múltiplas saliências longas e coletivas que formam um órgão que se assemelha a uma malha, só que dentro da pele.
A dor da tatuagem é detectada por esses órgãos da pele (Fonte: Ivan Verrengia/Unsplash)
As células que compões o “novo” órgão são extremamente sensíveis aos estímulos mecânicos, o que explica a participação na detecção de punções dolorosas e pressão. Em um dos experimentos, os pesquisadores bloquearam o órgão e notaram que a capacidade de sentir dores mecânicas diminuiu.
Patrik Ernforsn, professor do Departamento de Bioquímica e Biofísica do Instituto e principal pesquisador do estudo explica que o estudo mostra que a sensibilidade à dor não ocorre apenas nas fibras nervosas da pele, mas também no órgão recém-descoberto.
Além de representar a evolução no que diz respeito ao conhecimento profundo dos mecanismos celulares da sensação física, o estudo pode ser de grande importância para a compreensão da dor crônica.