Artes/cultura
04/02/2020 às 13:32•1 min de leitura
Uma recente descoberta ocorrida em uma reserva particular da Mata Atlântica, mais precisamente na cidade de Iporanga, localizada no Sul do estado de São Paulo, destacou a existência de pequenos insetos que apresentam a habilidade de emitir luz azul. Espécies com tais características só haviam sido encontradas na América do Norte, Nova Zelândia e Ásia. Já no Brasil, só se tinha conhecimento de insetos e fungos bioluminescentes que apresentam irradiação de luzes verdes, amarelas ou vermelhas.
Segundo o coordenador da pesquisa e professor do Instituto de Química da USP Cassius Stevani, “essa larva foi encontrada durante uma coleta de cogumelos bioluminescentes e chamou a atenção por emitir luz azul. Fungos e vagalumes não emitem essa cor de luz, então só podia ser um novo organismo”.
Nomeadas Neoceroplatus betaryiensis, as larvas da espécie de mosquito são as únicas a emitirem a luz azul, tendo em vista que os exemplares adultos não apresentam essa característica.
Os pequenos insetos podem ser encontrados dentro de troncos e possuem três pontos de irradiação: um deles na cauda e dois próximos aos olhos. Sua luz é gerada com base no efeitos reativos de um substrato, conhecido como luciferina; e uma enzima catalisadora, a luciferase.
A rara descoberta torna possível novas e mais avançados estudos sobre um novo sistema de bioluminescência, originando propósitos biotecnológicos e analíticos, dentre os quais estão as pesquisas biológicas para a marcação de células e genes específicos, ou até mesmo biossensores de poluição.