Artes/cultura
15/07/2020 às 04:00•2 min de leitura
Pesquisadores do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA) anunciaram na última quinta-feira (9) a descoberta, em alto-mar, de um novo tipo de esponja que lembra o simpático alien do filme E.T., o Extraterrestre, de 1982.
A referência da semelhança se deu pela presença de dois buracos que se parecem com olhos gigantes na porção superior da esponja-de-vidro, uma espécie animal que habita em profundidades onde a luz solar não chega. Semelhantes a uma colônia de células, elas não possuem sistema nervoso, nem qualquer tipo de órgão interno.
Segundo os cientistas do NOAA, a criatura foi encontrada "numa paisagem marítima extraordinária, a 2,4 mil metros de profundidade, num solo rochoso do fundo do mar". O local, chamado de "Floresta do Esquisito", a cerca de 850 quilômetros a sudoeste do Havaí, abriga uma verdadeira "comunidade alienígena" com suas carinhas rosadas.
Fonte: NOAA/Divulgação
Chamada de Advhena magnifica, a espécie foi coletada pela primeira vez no ano de 2016, pelo Okeanos Explorer, um navio da marinha americana transformado em navio exploratório da NOAA. Encontradas na Fossa das Marianas, o local mais profundo do planeta, as amostras foram para o Museu Nacional de História Natural Smithsonian.
No ano seguinte, quando o Explorer filmava o local batizado pelos biólogos marinhos como “Floresta do Esquisito”, os operadores notaram um carinha que lhes pareceu familiar: eram as esponjas-de-vidro com rosto de E.T.
Foi uma cientista brasileira, a Dra. Cristiana Castello-Branco, que trabalha no Smithsonian, que primeiro descreveu e nomeou o invertebrado. Publicado na megarrevista científica PeerJ, seu artigo atribui o nome científico que, traduzido do latim, significa "magnífico alienígena".
Considerados os seres mais antigos do Reino Animal, as esponjas vivem geralmente em profundidades entre 450 e 900 metros. No entanto, a Advhena magnifica foi coletada a mais de 2 mil metros, e uma outra esponja-de-vidro, a E. sanctipauli foi encontrada a quase 4 mil metros. Elas têm esse nome porque seus esqueletos são feitos de sílica.
A Dra. Cristiana explica a utilidade da espécie: “As esponjas são animais que se alimentam como filtros, capazes de manter o equilíbrio da microflora e da fauna e desempenham papéis importantes nos ciclos de nitrogênio e carbono do oceano.”