Ciência
13/08/2020 às 11:00•2 min de leitura
Vivendo uma pandemia que, em pouco mais de meio ano, já infectou 20,4 milhões de pessoas no planeta, percebemos que a sobrevivência dos seres humanos é uma questão um pouco menos garantida do que poderíamos julgar.
Para muitos cientistas, a grande questão não é se os humanos serão extintos, mas sim quando isso irá acontecer. Em 2010, numa previsão hoje considerada otimista, o virologista australiano Frank Fenner disse que provavelmente iremos desaparecer já no próximo século. A boa notícia, para o planeta, é que a Terra poderia viver sem nós.
Fonte: YouTube/Reprodução
Num livro publicado em 2007, o professor, escritor e jornalista norte-americano Alan Weisman descreve o que poderia acontecer num “mundo sem nós”, nome do livro. Para ele, a vida continuaria e as marcas deixadas por nós no planeta desapareceriam bem mais cedo do que imaginamos.
"A natureza finalmente vai decompor tudo", afirma o autor, garantindo que, em pouco tempo, tudo o que restaria da humanidade atual seria uma camada fina de plástico, alguns isótopos radioativos e alguns ossinhos das 60 bilhões de galinhas que matamos por ano.
Uma prova de como a natureza é exuberante na ausência de seres humanos pode ser vista na zona de exclusão de 30 quilômetros ao redor da usina de Chernobyl, na Ucrânia. Um estudo de 2015 financiado pelo Natural Environment Research Council registrou “populações abundantes de vida selvagem”.
Sasaluk Rattanachai / Facebook - Reprodução
Sem os humanos, e seus pesticidas, certamente a primeira classe a dominar o planeta serão os insetos. Se atualmente, com todos os venenos que jogamos, eles são numerosos, imaginem num planeta sem Homo sapiens. Tudo que parecer apetitoso será devorado.
Não é difícil imaginar que as espécies subsequentes serão aquelas que se alimentam de insetos. Pensem no banquete que será para os pássaros, roedores, répteis, morcegos e aracnídeos! Daí por diante, a cadeia alimentar irá apenas sentar à mesa e se deliciar.
Para nos substituir, Weisman indica que talvez os babuínos, segundo maior cérebro em peso corporal entre os primatas, seriam prováveis candidatos. A questão é: será que eles deixariam a vida boa que têm na selva para se submeter a vestir terno e gravata e viajar embolados com outros da sua espécie para trabalhar dez horas por dia?