Estilo de vida
26/10/2020 às 04:00•2 min de leitura
A revista científica Nature Food publicou na última segunda-feira (19) um estudo com resultados alarmantes para papais e mamães que estão amamentando seus bebês: estes lactentes podem estar consumindo milhões de pedacinhos de microplásticos degradados de suas mamadeiras junto com o leite.
Embora a revelação pareça, a princípio, muito grave, a verdade é que não se sabe atualmente com certeza qual o efeito dessas micropartículas na saúde humana. E é nisso que a pesquisa colocao seu objetivo geral: a necessidade de se explorar mais o impacto da exposição humana aos microplásticos.
Para comprovar sua hipótese, um grupo de pesquisadores do Trinity College Dublin, na Irlanda, compraram dez marcas de mamadeiras da Amazon e estudaram o número de partículas microplásticas liberadas enquanto seguiam as técnicas de esterilização e preparação de conteúdo recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Os autores tiveram o cuidado para que todas as mamadeiras fossem feitas integral ou parcialmente de polipropileno, o plástico mais usado no mundo para preparar e armazenar alimentos.
O resultado foi assustador: durante o processo de esterilização das mamadeiras, cerca de 1,3 a 16,2 milhões de partículas microplásticas por litro foram liberadas. O número de partículas aumentou ainda mais quando utilizaram água fervida para esterilizar diretamente a mamadeira.
Para comprovar que a temperatura tem um papel importante no processo, os pesquisadores aumentaram a temperatura, dos 25º C ambientes para 95º C. O resultado foi um aumento de 0,6 milhão para 55 milhões de partículas. Os testes prosseguiram por 21 dias, com constante eliminação de microplásticos.
Enquanto não é possível comprovar cientificamente os possíveis impactos da ingestão de microplásticos por essa população de bebês, os cientistas deram alguns conselhos para, pelo menos, minimizar o efeito da liberação do plástico na mamadeira: