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24/12/2020 às 13:00•2 min de leitura
A fotografia de mais longa exposição já conhecida foi descoberta no Observatório de Bayfordbury, Reino Unido, registrando eventos solares cíclicos por cerca de oito anos e um mês. Através de uma latinha de cerveja, uma jovem estudante conseguiu realizar um feito impressionante, capturando quase 3 mil rastros de arcos do Sol.
Há pouco mais de oito anos, a estudante e fotógrafa Regina Valkenborgh, do mestrado em Belas Artes da Universidade de Hertfordshire, havia improvisado uma câmera fotográfica do tipo pinhole usando uma latinha de cerveja para realizar um projeto pessoal. Porém, após a “gambiarra” ser colocada no telescópio do campus para ampliar o raio de visão e direcioná-la para o céu, ela acabou ficando esquecida por lá.
“Eu já havia tentado essa técnica algumas vezes no Observatório, mas as fotos costumavam ser arruinadas pela umidade e o papel fotográfico ficava enrolado”, disse Regina Valkenborgh, agora técnica em fotografia da Barnet e do Southgate College. “Eu não tinha a intenção de capturar uma exposição por tanto tempo e, para minha surpresa, ela sobreviveu.”
O resultado foi simplesmente impressionante. Ao ser encontrada, a lata apresentava registros fotográficos de inúmeras viagens do Sol que foram realizadas desde 2012, cerca de 2.953 arcos completos da trajetória entre o nascimento e o pôr do corpo celeste. Desta forma, a compilação de imagens resultou na mais longa exposição já vista no universo fotográfico, superando as fotos de quatro anos e oito meses tiradas pelo artista alemão Michael Wisely.
A exposição é o conceito da fotografia que envolve o filtro de luminosidade, ou seja, a quantidade de luz que entra no sensor da câmera. No caso de imagens de longa exposição, é necessário que haja aberturas muito pequenas para não encher o papel fotográfico de luz, o que seria capaz de embaçar completamente o registro.
No caso da latinha de cerveja, ela foi transformada em uma câmera estenopeica — também conhecida como pinhole — simplificada, sem a presença de lentes. Assim, uma pequena abertura foi feita no fundo da lata, permitindo a entrada de um minúsculo feixe de luz, mas suficiente para criar um desenho invertido de tudo que estava no raio de visão da câmera.