Ciência
06/02/2021 às 14:00•1 min de leitura
Em muitas espécies de animais, temperaturas mais altas ou baixas podem influenciar o gênero dos filhotes. Porém, nos humanos, os responsáveis por isso são os cromossomos X e Y. Mas já imaginou como seria se nosso corpo agisse de forma semelhante aos dos peixes e répteis?
Um estudo conduzido pela zoologista Madeline Charnier, da Universidade de Dakar e publicado em 1966, descobriu ser possível influenciar o gênero de uma espécie de lagarto ao mudar a temperatura de incubação dos ovos. Em temperaturas mais baixas, os lagartos eram fêmeas, e em mais altas, eram machos.
Desde então, os cientistas encontraram outros padrões na determinação do gênero em espécies de animais. No caso de tartarugas marinhas do Havaí, as fêmeas nascem em temperaturas mais altas, e os machos, em mais baixas.
Segundo os especialistas, essa habilidade de influenciar o gênero pode estar relacionada com o controle do número de fêmeas. Ou seja, o clima poderia afetar o tamanho de uma determinada espécie. Por exemplo, espécies de crocodilo poderiam procriar durante as épocas mais frias do ano para gerarem mais fêmeas, o que evitaria um declínio populacional por falta de reprodução.
No nosso caso, é claro que a temperatura não muda em nada. Afinal, todos os estudos conduzidos e provados foram feitos com criaturas ovovíparas e exotérmicas, ou seja, que colocam ovos e precisam de fontes externas para regular o calor de seus corpos.
O fato dos seres humanos manterem uma temperatura corporal estável torna improvável escolher o sexo do bebê simplesmente indo para lugares mais quentes ou mais frios.
Porém, a existência da proteína CLK, responsável por regular o ritmo cardíaco tanto nas pessoas quanto nos répteis, além de auxiliar na variação de temperatura faz com que alguns cientistas teorizem que talvez seja possível sim determinar o sexo de uma criança através de variações térmicas. Mas vale lembrar que, no momento, isso é apenas uma teoria.