Artes/cultura
04/05/2021 às 03:00•2 min de leitura
Um estudo de caso publicado no mês passado (15) no The Journal of Emergency Medicine apresentou a ocorrência de uma mulher na Malásia que engoliu uma espinha de peixe que, após ficar entalada no músculo do pescoço, causou um caso incomum de enfisema subcutâneo, condição clínica em que o ar entra nos tecidos debaixo da pele.
Enquanto comia arenque-lobo grelhado, a mulher de 54 anos sentiu “uma dor terrível na garganta”, segundo o estudo. Ela tentou provocar o vômito para expelir o objeto, mas a situação ficou ainda pior. Com dificuldade para respirar, ela percebeu que seu pescoço estava inchado.
Fonte: The Journal of Emergence Medicine/Reprodução
O engasgo por espinha de peixe é uma causa muito comum para encaminhamento às emergências de hospitais e, no caso dessa mulher, não foi diferente: durante o exame inicial, os médicos notaram um som crepitante quando apalparam o pescoço dela. Essa crepitação são pequenos estalos que podem acontecer quando bolhas de ara penetram na camada de tecido sob a pele.
Por ser um sintoma de enfisema subcutâneo, que pode indicar perfuração de alguma parte do sistema respiratório, os médicos tentaram localizar a espinha, mas não conseguiram vê-la, nem através do raio-X. Finalmente, uma tomografia revelou um osso de 5,1 centímetros introduzido no músculo esternocleidomastóideo, o mais importante do pescoço.
De acordo com os autores do estudo, que são médicos do hospital Selayang, na Malásia, essas espinhas de peixe geralmente ficam presas na parte superior da garganta e são removidas com facilidade.
Fonte: The Journal of Emergence Medicine/Reprodução
A pesquisa concluiu que ocorrências de espinha de peixe profundamente impactadas na garganta, apesar de incomuns, podem resultar em riscos potenciais de eventos que podem levar a óbito. Esse tipo de complicação, com abscesso profundo no pescoço, obstrução das vias aéreas e lesões nos vasos, é influenciada pelo tipo de osso ingerido e pelo tempo decorrido entre o início dos sintomas e o tratamento.
Para conseguir remover a espinha de peixe, a paciente foi submetida a uma cirurgia e recebeu um tratamento com antibióticos para evitar infecção. Depois de cinco dias de internação, todos os seus sintomas, inclusive os característicos de enfisema subcutâneo, desapareceram totalmente, e ela teve alta.