Cientista brasileiro descobre 'por acaso' o maior cometa já visto

12/12/2021 às 09:003 min de leitura

Normalmente, descobrir um novo astro demanda esforço, pesquisas e muita paciência. Porém, para o cosmologista brasileiro Pedro Bernardinelli encontrar um cometa foi pura questão de sorte. Em abril deste ano, o especialista acabou fazendo sua descoberta em uma mesa cheia de documentos com dados de vários objetos espalhados pelo cosmos. 

O cosmólogo brasileiro Pedro Bernardinelli descobriu o maior cometa já conhecido pela humanidade. (Fonte: Arquivo Pessoal)O cosmólogo brasileiro Pedro Bernardinelli descobriu o maior cometa já conhecido pela humanidade. (Fonte: Arquivo Pessoal)

A sorte do cosmologista não parou por aí: além de encontrar o cometa no meio de tantos dados desorganizados, ele se deparou com o maior já visto até agora pela humanidade!

Ajudinha da sorte

Bernardinelli, que atualmente tem um cargo de pesquisador na Universidade da Pensilvânia, participa do projeto Dark Energy Surveyiniciativa que reúne vários estudantes de universidades de oito nações, entre elas, o Brasil. O objetivo do programa é investigar a distribuição de galáxias no Universo.

Em 2031 o cometa deve chegar no ponto mais próximo do Sol. (Fonte: Dark Energy Survey/ BBC/ Reprodução)Em 2031, o cometa deve chegar ao ponto mais próximo do Sol. (Fonte: Dark Energy Survey/ BBC/ Reprodução)

Bernardinelli concentrou seus estudos na busca de objetos no Sistema Solar situados depois do planeta Netuno. Porém, o jovem e seu orientador, Gary Bernstein, acabaram se deparando com um cometa após analisarem milhares de imagens.

No entanto, a descoberta não é exatamente nova. O astro já havia sido registrado no ano de 2014. Porém, apenas agora é que foi possível identificá-lo com toda certeza e saber do que se trata. Em entrevista para a revista Época, Pedro diz que a pesquisa próxima de Netuno tinha como foco encontrar objetos que orbitam o Sol para além do planeta. Já que eles podem oferecer informações importantes que ajudam no entendimento de como se formou o Sistema Solar.

Ele ressalta que não estava buscando cometas, por isso acabou surpreso pela novidade, especialmente porque os projetos que visam localizar esses astros contam com estratégias, análises e procedimentos muito diferentes dos usados por ele e pelo seu orientador.

Risco para a Terra

A princípio, pensava-se que o UN271 era apenas mais um planeta-anão, mas com os novos dados, ficou evidente que ele é, realmente, um cometa. Aliás, em homenagem ao brasileiro o astro foi batizado com seu sobrenome: Bernardinelli-Bernstein.

O cometa Bernardinelli-Bernstein tem 150 km de diâmetro. (Fonte: NOIRLAB/NSF/AURA/J. DA SILVA/ BBC/ Reprodução)O cometa Bernardinelli-Bernstein tem 150 km de diâmetro. (Fonte: NOIRLAB/NSF/AURA/J. DA SILVA/ BBC/ Reprodução)

Segundo as pesquisas feitas até o momento, o cometa Bernardinelli-Bernstein tem a mesma idade da Terra, isto é, 4,5 bilhões de anos. O diâmetro dele é de 150 km. A título de curiosidade e comparação, o asteroide que acabou com a era dos dinossauros tinha algo em torno dos 10 km de diâmetro. E, então, vem a clássica pergunta: “vai bater na Terra?”. Pedro até acha engraçada a repercussão sobre esse cometa estar vindo em direção à Terra. Isso porque boa parte das pessoas não tem noções claras sobre as escalas e as distâncias no Universo.

Ele diz que apesar de o cometa ter uma rota em nossa direção, não precisamos ficar preocupados. Atualmente, ele se encontra a uma distância do Sol parecida com a de Urano. E só em 2031 é que ele chegará ao ponto de maior proximidade do Sol, quando estará em uma rota perto da órbita do planeta Saturno. Traduzindo em números, a uma distância de 1,5 bilhão de quilômetros da nossa estrela, ou seja, vai estar muito distante da Terra.

Embora exista uma certeza astronômica de que a Terra será atingida por algo em algum momento no futuro, por enquanto não precisamos nos preocupar. A maioria dos cometas e asteroides do Sistema Solar não sinaliza nenhum perigo. Contudo, para cada mil desses objetos, há um que acaba cruzando a órbita do nosso planeta, o que sugere a possibilidade de um impacto em algum momento no futuro.

Fonte

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