Estilo de vida
16/08/2022 às 14:00•2 min de leitura
Um fato inusitado chamou a atenção dos moradores de Borgo Virgilio, uma comuna italiana na Lombardia, no dia 25 de julho de 2022. Na época, a seca extrema provocada por temperaturas recordes na Europa fez com que uma bomba não detonada da Segunda Guerra Mundial fosse revelada ao longo das margens do rio Pó.
A descoberta foi feita por um grupo de pescadores da região, que logo identificaram a bomba fabricada nos Estados Unidos — objeto que estaria lá por mais de 70 anos. De acordo com especialistas militares, o explosivo pesava quase 450 kg e foi necessário evacuar os cercas de 3 mil civis que vivem nas proximidades da vila para que ele foi detonado.
(Fonte: Flavio lo Scalzo/Reuters)
Por muitos anos, o rio Pó serviu de lar para um explosivo intacto sem que nenhuma pessoa tivesse ideia de que isso fosse possível. Entretanto, os níveis de água da região — sendo o rio mais longo de toda a Itália — diminuíram significativamente no verão europeu por conta das múltiplas ondas de calor com temperaturas recordes que atingiram essa área do planeta.
Com isso, a bomba perdida da Segunda Guerra Mundial mostrou sua cara ao mundo e também despertou um grande medo nos moradores de Borgo Virgilio. Para lidar com a situação, militares cortaram o fusível da bomba e a levaram para uma pedreira a cerca de 45 km de distância do rio.
Nesse novo local, o explosivo foi destruído em uma detonação controlada. Por sorte dos envolvidos e eficiência das autoridades, nenhuma pessoa foi ferida durante esse processo e nenhum tipo de dano à região foi relatado. Para a realização da operação, o espaço aéreo da região foi fechado, sem contar a navegação ao longo daquele trecho do rio e o tráfego na linha ferroviária, que também foram interrompidos.
(Fonte: Exército Italiano/Reprodução)
Nos últimos meses de verão, grande parte do Hemisfério Norte foi atingida por ondas de calor extremas, que segundo pesquisadores só devem se tornar ainda mais comuns por conta das mudanças climáticas em andamento que afetam o nosso planeta. No fim de junho, Roma registrou a temperatura mais alta de sua história: 40,5 °C.
Nesse mesmo período, o rio Tibre secou tanto que as ruínas de uma antiga ponte construída pelo antigo imperador Nero — governante do Império Romano entre 54 e 58 d.C. — tornaram-se claramente visíveis no fundo do rio. Segundo os especialistas, esse tipo de descoberta só foi possível por conta da grande seca.
Porém, isso está longe de ser um sinal positivo. Por conta da atual situação climática, a Itália declarou estado de emergência no último mês para a maioria das áreas ao redor do rio Pó, onde cerca de um terço de toda a produção agrícola do país acontece. Conforme divulgado por pesquisadores, essa já é a pior seca observada pelos italianos nos últimos 70 anos.