Ciência
14/11/2022 às 02:00•2 min de leitura
O peixe-bolha (Psychrolutes marcidus) é um animal que habita as costas da Austrália, Tasmânia e Nova Zelândia. Eles são encontrados em profundidas abissais e não conseguem sobreviver próximo da superfície, o que dificulta o estudo da espécie, e muitos são capturados por engano em pesca de arrastão.
Confira abaixo sete curiosidades sobre esse peixe tão incomum.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O peixe-bolha é encontrado em profundidades que variam entre 600 e 1,2 mil metros. Isso significa que eles são expostos a uma pressão até 120 vezes maior que na superfície da Terra. Para suportar toda essa pressão, seu corpo é completamente adaptado. Ele é formado por uma massa gelatinosa e seus ossos são muito finos e macios e não chegam a formar um esqueleto.
(Fonte: The Fact Site)
Várias espécies de peixes costumam proteger seus ovos até que ele eclodam. Mas nenhum deles tem o cuidado que o peixe-bolha tem. As fêmeas não se afastam dos ovos e limpam eles com frequência. Enquanto elas protegem os ovos, elas podem ser vistas limpando mesmo alguns poucos grãos de areia ou qualquer outro tipo de sujeira que os cubra.
(Fonte: The Fact Site)
Em 2013, a Ugly Animal Preservation Society (Sociedade de Preservação de Animais Feios, em tradução literal) decidiu fazer uma votação pública para definir seu próximo mascote. O peixe-bolha foi votado como o animal mais feio, superando o macaco-narigudo e o sapo-escroto aquático. Parecer um prato de geleia mal-humorada quando removido da água certamente deve ter influenciado nessa escolha.
(Fonte: The Fact Site)
Se fora da água o peixe-bolha parece um alienígena irritado, em seu habitat a situação é completamente diferente. Em alto mar, eles se parecem com um típico peixe ósseo. Isso acontece porque este ambiente exerce uma pressão tão forte, que comprime a massa corporal gelatinosa do peixe-bolha com uma forma estrutural. Quando eles estão fora de seu ambiente natural, a pressão da superfície não é suficiente e isso faz como que eles tenham essa forma tão incomum.
(Fonte: The Fact Site)
A maioria dos estudos com peixes-bolha foi realizado com fotos ou analisando seu corpo já morto. Mas é impossível manter esse animal vivo retirando-o do seu habitat. E como também é praticamente impossível — ou no mínimo inviável — descer mais de 600 metros apenas para estudá-lo, sabe-se muito pouco sobre seu comportamento.
'Sr. Bolinha'. (Fonte: Kerryn Parkinson)
Esses animais são tão difíceis de serem encontrados, que até 2003 só havia um único registro da espécie — o primeiro espécime foi encontrado por um navio de pesquisa na costa da Nova Zelândia em 1983. Em 2003 ele foi fotografado e catalogado pela primeira vez, durante uma expedição em Norfolk Ridge, a noroeste da Nova Zelândia. Os cientistas acharam a criatura tão curiosa, que o batizaram de “Sr. Bolinha”. Atualmente ele pode ser visto na Coleção de Ictiologia do Museu Australiano.
(Fonte: The Fact Site)
Seu corpo gelatinoso é ideal para que eles não precisem gastar energia para se movimentar. Por isso mesmo, eles não possuem a bexiga natatória — uma bolsa de ar que ajuda a manter o peixe flutuando e o ajuda a controlar onde ele fica na água. Seu deslocamento é bastante semelhante ao de uma água-viva, ele flutua na água e é levado conforme a corrente. E, apesar da sua aparência mal-humorada, o peixe-bolha não é um caçador e nem é capaz de morder. Ele flutua no fundo do mar até encontrar caranguejos e lagostas, a base da sua dieta.