Ciência
25/11/2022 às 10:00•2 min de leitura
O pombo-faisão-de-nuca-preta, um pássaro que se acreditava estar extinto, teve imagens registradas pela primeira vez em 140 anos. A ave raríssima foi filmada e fotografada por cientistas americanos, em setembro, na floresta da Ilha Fergusson, em Papua-Nova Guiné.
Com nome científico de Otidiphaps insularis, a espécie nativa do país localizado na Oceania não era documentada desde 1882. Ela foi observada pela primeira e única vez naquele longínquo ano do século XIX e, desde então, nunca mais foi encontrada, levando os pesquisadores a considerá-la extinta.
Mas o seu visual diferente vinha chamando a atenção de moradores da ilha, nos últimos tempos, que apelidaram a ave de “auwo”. Os rumores sobre o pássaro correram o mundo, até que cientistas do Cornell Lab of Ornithology, dos Estados Unidos, resolveram ir até lá conferir o bicho de perto.
A ave tem um visual exótico. (Fonte: American Bird Conservancy/Divulgação)
A equipe liderada pelo pesquisador da instituição americana, Jordan Boersma, precisou realizar duas expedições à ilha. Somente na segunda vez eles conseguiram localizar o pombo-faisão-de-nuca-preta, mas a princípio não sabiam que se tratava de uma ave que não era avistada há 140 anos.
Contando com o auxílio de especialistas do Museu Nacional de Papua-Nova Guiné e da American Bird Conservancy, Boersma e sua equipe tiveram que enfrentar uma série de obstáculos para observar o pássaro raro, incluindo os atrasos causados pela pandemia. O primeiro passo foi encontrar alguém que tinha visto a ave nos últimos anos.
Após alguns dias de busca, eles acharam o caçador Augustin Gregory, responsável por indicar a direção correta. A etapa seguinte foi a montagem de 12 armadilhas fotográficas, posicionadas em locais estratégicos do Monte Kilkerran, na parte mais alta da Ilha Fergusson.
Mesmo com as câmeras posicionadas, não foi nada fácil registrar imagens do pombo-faisão-de-nuca-preta. Segundo o chefe da expedição, os vídeos e fotos da ave supostamente extinta só foram feitos dois dias antes da data na qual o equipamento seria desmontado.
“Depois de um mês de busca, ver aquelas primeiras fotos do pombo-faisão foi como encontrar um unicórnio. É o tipo de momento com o qual você sonha toda a sua vida como conservacionista e observador de pássaros”, celebrou o diretor da American Bird Conservancy, John C. Mittermeier, colíder da expedição.
Como a ave passou 140 anos “desaparecida”, os ornitólogos têm poucas informações a respeito dela. Contando com uma cauda larga e comprimida na lateral, assim como os outros pombos-faisão, essa espécie é um pombo grande que vive no solo, conforme a descrição feita pelos pesquisadores.
Os especialistas acreditam que a população dela seja pequena e esteja diminuindo. Para mudar o quadro, há planos de realizar uma nova expedição à ilha com o objetivo de conhecer melhor o animal e o ambiente em que ele vive, além de iniciar uma campanha para salvar a espécie da extinção.