Ciência
09/01/2023 às 10:19•2 min de leitura
Locais iluminados naturalmente por plantas podem até parecer coisa de filmes ou video games, mas saiba que estamos perto de ver isso como algo totalmente comum no futuro aqui mesmo, no mundo real.
Afinal, um grupo de cientistas nos Estados Unidos conseguiu criar em laboratório algumas plantas dotadas de bioluminescência.
Especialistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos EUA, injetaram nanopartículas em folhas de agrião e conseguiram um efeito de iluminação biológica que perdurou quase 4 horas. A luz gerada pelo próprio vegetal foi fraquinha, mas mostrou que o experimento era sim possível de gerar resultados satisfatórios.
Ainda que a iluminação não tenha sido incrivelmente forte, a plantinha foi capaz de brilhar o suficiente para iluminar as páginas de um livro, permitindo sua leitura sem maiores dificuldades. O resultado foi alcançado graças a uma enzima bifuncional chamada luciferase, que por sua vez catalisa a oxidação da luciferina. A reação causa a emissão de luz.
Com o auxílio de uma molécula chamada Coenzima A, os cientistas conseguiram fazer com que o agrião testado fosse capaz de gerar bioluminescência na medida correta, catalisando a oxidação da luciferina na dose certa e evitando que todo o processo fosse tóxico para a planta. Como resultado, a plantinha gerou luz suficiente para servir como uma espécie de luminária ou abajur.
O processo gerado em laboratório usa o mesmo tipo de reação visto nos vaga-lumes, que emitem luz gerada quando a luciferase catalisa a oxidação da luciferina e quase toda a energia gerada nesta interação com a enzima é rapidamente convertida em forma luz.
Hoje em dia, a iluminação das ruas e casas equivale a cerca de 20% do consumo mundial de energia elétrica. Com isso em mente, o uso desta luz natural emitida por plantas como estas criadas pelo MIT poderia diminuir consideravelmente a nossa dependência da iluminação artificial, ajudando ainda a reduzir a emissão de CO2 na atmosfera.
Com o estudo avançando cada vez, pode ser que em alguns anos, ou décadas, possamos ver ruas totalmente iluminadas pelas folhas de árvores ou de plantas, acabando com a necessidade dos postos de luz. O mesmo valeria para dentro das residências, já que os cientistas acreditam ser possível adaptar o uso destas plantas brilhantes para iluminar nossas casas e até mesmo nossos ambientes de trabalho.