É possível uma tecnologia antigravidade?

14/02/2023 às 11:003 min de leitura

No mangá cyberpunk japonês Gunnm, mais conhecido como Alita: Anjo de Combate, o magaka Yukito Kishiro apresentou um dos temas de ficção científica mais conhecidos de todos os tempos: a tecnologia antigravidade. A história se passa em um futuro distópico, em 2563, após uma guerra catastrófica que deixou a Terra em frangalhos e na extrema pobreza, constantemente contaminada com lixo pela rica cidade voadora de Zalem.

Na década de 1990, quando o mangá foi lançado, essa ideia – que mais tarde se tornaria uma tendência no entretenimento – estava ganhando mais força, depois que, 30 anos antes, Star Trek já falava sobre plataformas antigravitacionais usadas para transportar contêineres e pessoas doentes.

A própria concepção de um Objeto Voador Não Identificado tem raízes em um dispositivo que desafia a gravidade, usando uma tecnologia excêntrica que o faz girar e planar como quiser. Em meio a tudo isso, a pergunta que fica é: seria possível uma tecnologia antigravidade?

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A possibilidade

A chegada (2016). (Fonte: FilmNation/Lava Bear Films/Reprodução)A chegada (2016). (Fonte: FilmNation/Lava Bear Films/Reprodução)

A antigravidade está localizada em uma área cinzenta da ciência, enquanto agências de inteligência e estudos há anos falam do assunto e travam guerras tácitas com outras nações. Um exemplo disso é que o International Journal of Mechanical and Production Engineering citou uma patente arquivada em 2011 para um motor de vórtice de mercúrio que gira o elemento em uma bobina de campo eletromagnético, podendo reverter a atração gravitacional da Terra.

A discussão da possibilidade dessa tecnologia tem os Estados Unidos como poderio, com a Nasa, a DARPA, o MIT e a Força Aérea Americana realizando a primeira Conferência de Energia de Propulsão Alternativa (APEC) como uma iniciativa para despontar e, talvez, lançar a antigravidade de vez para o mundo.

Alita: Anjo de Combate (2019). (Fonte: 20th Century Studios/Reprodução)Alita: Anjo de Combate (2019). (Fonte: 20th Century Studios/Reprodução)

Assim como os cientistas da APEC fazem, para considerar a antigravidade é necessário esquecer todo o tipo de suposição negativa automática, leis físicas e tudo o mais – ainda que isso soe muito fabulesco e sci-fi até para o escritor mais engenhoso. É, sim, possível que a tecnologia antigravidade seja alcançada em algum momento.

A gravidade por si só é uma parte que integra a composição do cosmos, portanto, não pode ser excluída de qualquer equação, por outro lado, a antimatéria possui propriedades opostas à matéria normal – ou seja, rotação, carga, etc. Ela não apresenta propriedades de massa negativa por conta de a gravidade ser sempre uma força atrativa. Os cientistas argumentam sobre uma hipotética blindagem gravitacional que poderia fazer algo resistir à força da gravidade.

Uma descoberta reveladora

(Fonte: Mike Winkelmann/Behance/Wikimedia Commons)(Fonte: Mike Winkelmann/Behance/Wikimedia Commons)

Uma maneira considerada um tanto quanto peculiar de abordar a antigravidade é por meio de vibrações. Em um estudo publicado na revista Nature, em 2020, pesquisadores franceses descobriram um novo tipo de flutuabilidade para objetos flutuantes, como pequenos barcos de brinquedo, ao vibrar e levitar líquidos densos – glicerol e óleo de silicone –, em uma câmara de vidro fechada e invertida.

Essa "flutuabilidade inversa" não é algo que se observa normalmente na natureza, por isso os pesquisadores criaram um ambiente de pesquisa altamente ajustado usando uma câmara de vidro, líquidos densos e uma placa vibratória. Em um ambiente normal, sem vibrações extras, é esperado que um fluido viscoso como o glicerol escorresse lentamente pelas laterais de uma câmara invertida cheia de ar até que se acomodasse o fundo, deslocando o ar que ali havia sido ocupado.

No entanto, se a câmara estiver vibrando rapidamente, os pesquisadores descobriram que os líquidos nunca chegam no fundo dela, em vez disso, eles levitam em uma bolha de ar. Ou seja, no cenário de vibração, as camadas levitantes sentem tanto a pressão descendente da gravidade quanto uma força ascendente do ar pressurizado criado abaixo – muito diferente do que acontece em um cenário natural em que a gravidade é a força primária.

São essas forças opostas de gravidade puxando para baixo e vibrações empurrando para cima que os pesquisadores acreditam ser a chave para a tecnologia antigravidade.

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