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Via nexperts

Apetite exótico: o 'avestruz humano' que comia pregos, vidro e sapos vivos

19/04/2023 às 04:002 min de leitura

O ramo do entretenimento é repleto de histórias peculiares, como artistas sendo expostos por suas deformidades nos infames circos dos horrores ou até mesmo ingerindo produtos, ou objetos, que vão desde impróprios para o consumo a até letais.

Entre um desses casos encontra-se William V. McKenna, um homem do final do século XIX que ficou conhecido como o "avestruz humano" por ganhar a vida consumindo itens estranhos e perigosos, como tachas, sapos vivos, pregos, pedaços de talheres e vidro.

Um apetite voraz e exótico

(Fonte: Getty Images/Reprodução)(Fonte: Getty Images/Reprodução)

De acordo com um artigo publicado em junho de 1889 no jornal New York World, tudo teria começado quando McKenna tinha 14 anos, e acidentalmente ingeriu pó de vidro junto com seu almoço enquanto trabalhava em uma fábrica do material. 

O elemento "surpresa" acabou se tornando uma iguaria favorita do jovem, e seu hábito de consumi-lo cresceu tanto que os empregadores começaram a ficar alarmados com a estranha diminuição de seus estoques.

No fim, os proprietários pegaram o rapaz comendo um pedaço de uma garrafa, o que o levou a confessar seu estranho apetite. Logo, a notícia dessa façanha peculiar acabou se espalhando, e William recebeu o apelido digno de seus hábitos alimentares.

Trabalho bem-remunerado

Anúncio promovendo o avestruz humano e outros artistas do Museu Austin & Stone's (Fonte: Weird Historian/Reprodução)Anúncio promovendo o avestruz humano e outros artistas do Museu Austin & Stone's (Fonte: Weird Historian/Reprodução)

Após sua estranha capacidade ser descoberta, McKenna passou a trabalhar em um dime museum (que pode ser traduzido literalmente para "museu de dez centavos"), uma instituição muito popular nos Estados Unidos durante o final do século XIX, concebida como centros de entretenimento e educação para a classe trabalhadora.

Ali, ele poderia comer o quanto quisesse de seus "pratos" prediletos na frente de uma plateia, realizando seu show nove vezes por dia durante anos, com seu pagamento sendo supostamente de US$ 75 por semana, o que equivaleria atualmente a US$ 2.500 (ou mais de R$ 12 mil)!

(Fonte: Weird Historian/Reprodução)(Fonte: Weird Historian/Reprodução)

“Ele também come diariamente três refeições fartas do tipo apreciado por seres humanos comuns. E diz-se que uma vez ele foi preso por subir em um poste e devorar o vidro que protegia a luz”, apontou a publicação do New York World sobre William.

E enquanto muitos artistas tendiam a realizar algum tipo de enganação nessas apresentações que chocavam e maravilhavam o público, o repórter que escreveu o artigo sobre o avestruz humano afirmou que o homem não utilizava nada do tipo, porém, nunca ficou claro se McKenna regurgitava os itens posteriormente.

Casos semelhantes

Outro anúncio promovendo o show de McKenna. (Fonte: Weird Historian/Reprodução)Outro anúncio promovendo o show de McKenna. (Fonte: Weird Historian/Reprodução)

Embora se saiba pouco sobre o resto da vida e a data da morte desse artista, haviam outros que ganhavam dinheiro realizando atos similares, como Mac Norton e o Grande Waldo, que engoliam sapos vivos para depois vomitá-los em perfeito estado.

Outro homem, conhecido como Joseph Kennedy, também se alimentava de pregos, parafusos e pedaços de ferragens, e antes de seu falecimento em Saint Louis, em Missouri, em março de 1892, a comunidade médica local ofereceu a grande quantia de US$ 5 mil para examinar seu corpo após a morte, em busca de possíveis singularidades em seu estômago.

No entanto, os legistas notaram que o revestimento estomacal e a garganta de Kennedy estarem repletos dos objetos que ele engoliu, eles não apresentavam anormalidades, e estavam curiosamente sem nenhuma perfuração.

Embora a ideia de comer itens estranhos possa parecer bizarra e perturbadora, artistas como McKenna e Joseph conseguiram transformar suas peculiaridades únicas em uma carreira lucrativa. No entanto, é sempre importante observar que tais práticas podem ser extremamente perigosas e nunca devem ser imitadas.

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